A governadora em exercício do Distrito Federal, Celina Leão (PP), diz que órgãos ligados ao governo federal também falharam no esquema de segurança para conter a invasão às sedes dos Três Poderes no dia 8 de janeiro, segundo entrevista concedida ao jornal Folha de São Paulo publicada nesta quinta (9).
Segundo Celina Leão, houve um “apagão” na segurança pública por falhas em órgãos como o Gabinete de Segurança Institucional (GSI), o Palácio do Planalto e a inteligência dos outros Poderes. “Todo o ônus veio para nós”, disse.
“O Palácio do Planalto dispensou todo mundo. As portas [foram] abertas. Isso não é responsabilidade da Polícia Militar. Mesmo com todo o vandalismo e a quebradeira que aconteceu, foi a Polícia Militar que restituiu os Poderes”, afirma a governadora citando que 51 agentes da PM-DF ficaram feridos na contenção dos manifestantes.
Na entrevista, Celina Leão defendeu o governador afastado, Ibaneis Rocha (MDB), de que “jamais passaria pela cabeça dele uma situação daquela. Então, ele foi mal informado durante todo o processo que estava acontecendo”.
Para ela, havia sim um “mal-estar político” por conta da volta do ex-ministro Anderson Torres à secretaria de segurança pública do GDF, mas que Ibaneis acreditou na “boa-fé” de seu ex-secretário para aceitá-lo de volta ao cargo. “O Anderson foi um bom secretário, fez boas ações aqui no governo, depois é que ele virou ministro”, disse.
No mesmo dia da invasão às sedes dos Três Poderes, Torres foi demitido por Ibaneis e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) decretou intervenção federal na segurança pública do DF. No relatório final da ação, apresentado no último dia 27, o interventor Ricardo Cappelli apontou que houve "falha operacional" na condução dos trabalhos.
Criação de uma Guarda Nacional não é consenso, diz governadora
Celina Leão afirmou, ainda, que a criação de uma Guarda Nacional para proteger os prédios públicos federais em Brasília, medida que faz parte de um pacote do Ministério da Justiça anunciado pouco depois dos atos, não é um consenso entre as autoridades.
Para ela, a PM-DF tem capacidade para seguir fazendo a segurança do patrimônio da União. “A Polícia Militar nunca faltou aqui no Distrito Federal. A Polícia Militar já esteve aqui em impeachments, já esteve aqui em 7 de Setembro. Nunca faltou. Agora, ela precisa também de um suporte de inteligência que eu acho que é onde que teve o problema na Secretaria de Segurança”, ressalta.
A governadora afirmou, ainda, que acredita que Ibaneis Rocha deve voltar ao cargo antes de 90 dias, por conta do avanço das investigações. E descartou a possibilidade do pedido de impeachment dela e do governador afastado seguir adiante na Câmara Distrital.
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