Após um acordo com o governo, o Senado retirou de pauta o projeto que poderia derrubar parte do decreto do presidente Lula (PT) que aumentou as restrições para posse de armas. O projeto de lei complementar (PDL 206/2024) já foi aprovado pela Câmara dos Deputados e seria votado pelos senadores nesta terça-feira (27).
O governo se comprometeu a apresentar um decreto “corretivo” para evitar uma derrota no plenário do Senado. O relator do PDL, senador Vanderlan Cardoso (PSD-GO), já havia dado parecer favorável à proposta na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).
“Nós chegamos a um entendimento, em que o governo fará um novo decreto corrigindo distorções para preservar não somente os clubes de tiro, mas milhares de empregos”, disse Cardoso. O novo decreto deve ser editado até a próxima semana.
“O senador Vanderlan é testemunha que só assumi o compromisso após consultar o presidente [Lula], que até sexta (30), no máximo até segunda (2), nós teremos o que vou chamar de decreto corretivo”, afirmou o líder do governo, Jaques Wagner (PT-BA).
O PDL PDL 206/2024 pretende reverter trechos do Decreto 11.615/2023. Entre os pontos questionados do texto do governo, está a proibição de clubes de tiro desportivo a menos de um quilômetro de distância de escolas, determinação que deve ser retirada do novo decreto.
O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) criticou a regra sobre a localização dos clubes de tiro “Tem mais de 3 mil clubes de tiro no Brasil, 94% deles estão a menos de um quilômetro das escolas, como estava no decreto – realmente uma insanidade – eles teriam 18 meses para se adaptarem. Esse acordo acerta nesse ponto”, disse Flávio.
No relatório, Cardoso defendeu que cabe às administrações municipais regulamentar a localização de estabelecimentos. O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), afirmou que aguarda o novo decreto para avaliar a necessidade ou não de retomar a análise do PDL.
Pontos que seriam derrubados no decreto de Lula sobre armas
O decreto do governo prevê que armas de gás comprimido ou por ação de mola, com calibre superior a seis milímetros, são de uso restrito das Forças Armadas ou de pessoas e instituições autorizadas pelo Exército.
Além disso, é necessário certificado de registro para atirador desportivo para utilizar essas armas. O projeto analisado pelos senadores quer anular essa restrição.
O PDL também exclui os limites para a prática de tiro desportivo, e o número mínimo de treinamentos (8, 12 ou 20) e de competições (4, 6, 8) a cada 12 meses conforme os diferentes níveis de prática.
O projeto retira do decreto a proibição de se destinar arma de fogo restrita para atividade diferente daquela declarada na compra. O relator considerou que essa proibição impede a transferência de armas entre acervos e o colecionismo de armas.
O texto também determina que as armas de fogo históricas e as que fazem parte de acervo de coleção não precisam mais ser declaradas pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).
Esses registros são de responsabilidade da Diretoria do Patrimônio Histórico e Cultural do Exército. O mesmo vale para a certificação de arsenais expostos por museus. Com informações da Agência Senado.
Bolsonaro e mais 36 indiciados por suposto golpe de Estado: quais são os próximos passos do caso
Bolsonaro e aliados criticam indiciamento pela PF; esquerda pede punição por “ataques à democracia”
A gestão pública, um pouco menos engessada
Projeto petista para criminalizar “fake news” é similar à Lei de Imprensa da ditadura
Triângulo Mineiro investe na prospecção de talentos para impulsionar polo de inovação
Investimentos no Vale do Lítio estimulam economia da região mais pobre de Minas Gerais
Conheça o município paranaense que impulsiona a produção de mel no Brasil
Decisões de Toffoli sobre Odebrecht duram meses sem previsão de julgamento no STF