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Embaixada argentina
Governo traça próximos passos da relação com a Venezuela após Maduro revogar autorização para guarda da embaixada.| Foto: Henry Chirinos/EFE

O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou, neste final de semana, que não deixará a custódia da embaixada da Argentina em Caracas, na Venezuela, enquanto a chancelaria argentina não designar um novo país para proteger a representação. A afirmação foi dada ainda no sábado (7) em uma nota oficial do Ministério das Relações Exteriores e reafirmada no domingo (8).

A reafirmação ocorreu durante uma reunião de Lula com a embaixadora Maria Laura da Rocha, que está como interina durante uma missão do ministro Mauro Vieira no Oriente Médio, no Palácio da Alvorada. O encontro durou cerca de duas horas e discutiu a tensa situação em Caracas após o governo Maduro revogar a autorização para o Brasil fazer a guarda da representação argentina.

Na madrugada de sexta (6) para sábado (7), as forças de segurança chavistas cercaram a representação onde estão asilados seis opositores de Maduro. O cerco à embaixada foi encerrado neste domingo (8) após a confirmação que o candidato que concorreu com Maduro na eleição de 28 de julho, Edmundo González, conseguiu chegar na Espanha para asilo político.

Na reunião deste domingo (8), Maria Laura da Rocha discutiu com Lula quais devem ser os próximos passos do governo na cobrança pelas atas de votação que confirmariam a alegada vitória de Maduro na eleição presidencial com fortes indícios de fraude. O presidente reafirmou na última sexta (6) que não reconhece reeleição de seu antigo aliado, e também nem da oposição, que alega ter provas de que teria vencido.

“De acordo com o que estabelecem as Convenções de Viena sobre Relações Diplomáticas e sobre Relações Consulares, o Brasil permanecerá com a custódia e a defesa dos interesses argentinos até que o governo argentino indique outro Estado aceitável para o governo venezuelano para exercer as referidas funções”, disse o Itamaraty no último sábado (7) após o cerco das forças de Maduro.

O assessor especial do presidente Lula para assuntos internacionais, Celso Amorim, disse estar “chocaco” com a atitude das forças de Maduro, e afirmou que a decisão é preocupante. Para ele, o cerco à embaixada sob a guarda brasileira foi “extremamente estranha”. “Figura corrente do direito internacional é a proteção internacional de interesses”, disse em entrevista à GloboNews.

“Não tem cabimento isso. Eu acho que esse é um assunto tipicamente diplomático. Claro que tem repercussões políticas. O Itamaraty respondeu corretamente e lamentamos muito a situação”, completou.

Do outro lado, da parte argentina e apesar das rusgas entre Lula e Milei, a chancelaria do país afirmou que “aprecia o compromisso e responsabilidade do Brasil em assegurar a custódia das propriedades argentinas” na Venezuela.

Além da situação da Venezuela, Rocha e Lula trataram da viagem dele a Nova York para participar da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), na segunda quinzena do mês. Os detalhes da agenda, encontros e discursos ainda estão sendo elaborados, mas já se sabe que devem custar em torno de R$ 8,5 milhões.

A expectativa é de que o Itamaraty divulgue os detalhes da viagem ainda nesta semana.

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