Cerca de 20 cargos efetivos da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) tiveram os ocupantes alterados entre segunda (5) e terça (6), na esteira das investigações do suposto esquema de espionagem ilegal de autoridades descoberto nas operações Last Mile e Vigilância Aproximada, da Polícia Federal.
As alterações foram publicadas no Diário Oficial da União (DOU) e apontam substituições em, pelo menos, quatro secretarias, duas supervisões, uma superintendência e diversos assistentes e remanejamentos de cargos. Os nomes não são divulgados por uma questão de segurança.
As novas mudanças ocorrem uma semana depois do governo demitir quatro diretores e nomear outros sete após dispensar o “número 2” do órgão, o agora ex-diretor-adjunto Alessandro Moretti.
As mudanças desta semana ocorrem três dias depois do ex-diretor-geral da agência, Alexandre Ramagem (PL-RJ), publicar um vídeo nas redes sociais acusando um servidor da Abin de apagar registros de monitoramentos feitos com o uso do programa espião.
Ramagem descreveu no vídeo uma série de ações que tomou entre 2019 e 2021 para investigar a forma como o FirstMile era usado. Ele foi intimado a prestar depoimento à Polícia Federal neste mês e usou o video para dizer não era ele o responsável pelo que a Justiça e órgãos de imprensa vêm chamando de "Abin Paralela".
Como diretor da Abin, Ramagem disse ter determinado uma investigação da Corregedoria da Abin e ao menos três sindicâncias administrativas. No vídeo, ele deu a entender que detectou possíveis problemas de procedimento de uso da arma cibernética (contratada em 2018) desde que assumiu a agência em 2019 e que seus questionamentos sobre isso a servidores não foram totalmente satisfeitos. O contrato do FirstMile não foi renovado em 2021.
Ramagem alegou, ainda, que foi ele quem iniciou, em 2019, um procedimento interno para verificar a legalidade da aquisição e do uso da tecnologia, e que realizou um mapeamento geral de aquisição e utilização de hardwares da Abin a fim de verificar se todos obedecem requisitos legais. "Passei ponte pente fino na Abin", disse.
"Na gestão Lula quem é que voltou para a Abin? O oficial de inteligência que eu havia exonerado. Ele voltou numa posição superior, na de secretário de Planejamento e Gestão. A função que eu tinha pedido, que faz todas as averiguações", disse Ramagem.
"Com base em notícias de operações da Polícia Federal ele que tem suspeitas de estar apagando logs [registros] com as notícias quando cumpriram o mandado de busca na casa dele foi lá que encontraram US$ 170 mil, quase R$1 milhão. Então, aqui você está verificando quem é a Abin paralela e quem estava fazendo as devidas fiscalizações do sistema".
Ramagem não revelou o nome do servidor, mas um funcionário da agência chamado Paulo Maurício Fortunado, que era da área de planejamento, foi afastado da agência em outubro do ano passado após decisão do Supremo.
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