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Rafaela Triestman
O vídeo com o relato de Rafaela Triestman foi publicado nesta quarta-feira (21) pelo ministro de Relações Exteriores israelense, Israel Katz| Foto: Reprodução/X

O Ministério das Relações Exteriores do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) rebateu nesta quinta (22) a acusação da brasileira Rafaela Triestman de que não teria recebido assistência após os ataques do Hamas em outubro do ano passado. Na quarta (21), ela gravou um vídeo junto do chanceler israelense Israel Katz dizendo que o governo foi omisso e criticando a declaração de Lula que comparou a reação do país com o Holocausto nazista.

Katz postou um vídeo nas redes sociais gravado junto da jovem para cobrar uma retratação de Lula sobre as falas contra Israel, em que ela disse ainda que não poderia sequer voltar ao Brasil “por conta do perigo de ser judia”.

O Itamaraty rebateu a acusação e afirmou que prestou a assistência consular possível naquele momento, como o contato com familiares dos brasileiros que morreram ou ficaram feridos durante o atentado terrorista, a identificação dos cidadãos para que se pudesse oferecer o suporte necessário e a operação de repatriação.

“De modo a atender à imensa demanda por assistência consular, no dia seguinte ao evento, a representação diplomática disponibilizou formulário eletrônico a fim de cadastrar e facilitar a comunicação com os brasileiros que se encontravam em Israel e necessitavam de qualquer tipo de apoio naquele momento”, escreveu a pasta em nota.

Ainda segundo o ministério, o embaixador do Brasil em Tel Aviv, Frederico Meyer, “inclusive esteve presente no funeral de uma das cidadãs assassinadas na ocasião”. O Itamaraty completou a nota afirmando que fez a repatriação de mais de 1,4 mil cidadãos brasileiros que estavam em Israel por meio da Operação Voltando em Paz.

Rafaela Triestman é judia e mora em Israel há três anos, tendo perdido o namorado Ranani Glazer durante o ataque do Hamas na festa rave em que estavam. “Passamos a noite e, quando já era 6h, 6h30 da manhã, vimos muitos mísseis no céu, e nos preocupamos”, disse a jovem, que não encontrou lugar para se abrigar. “Eu e o Ranani, que era meu namorado, resolvemos procurar um bunker, um lugar seguro”, completou.

“Sentimos que esqueceram da gente, e estou aqui hoje sentada com o ministro para mostrar o outro lado da história, mostrar as notícias de maneira correta e mostrar que Israel faz de tudo para que não tenham mortes de civis”, finalizou a jovem.

Desde o começo desta semana, o governo brasileiro vem adotando uma postura mais diplomática para responder às cobranças do chanceler israelense, que usa as redes sociais para forçar uma retratação de Lula em vez dos protocolos oficiais.

Lula foi declarado “persona non grata” por Israel após Katz levar Meyer até o Memorial do Holocausto de Jerusalém para expressar uma reprimenda pública contra o presidente – o que foi considerado uma humilhação pela diplomacia brasileira por não seguir os protocolos oficiais.

Em resposta, o ministro brasileiro Mauro Vieira convocou o embaixador israelense no Brasil, Daniel Zonshine, para prestar esclarecimentos em uma reunião reservada no Palácio do Itamaraty, no Rio de Janeiro.

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