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Márcio Nunes de Oliveira

Governo troca diretor-geral da Polícia Federal pela terceira vez

Polícia Federal tem novo diretor-geral (Foto: Aniele Nascimento / Arquivo / Gazeta do Povo)

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Márcio Nunes de Oliveira será o novo diretor-geral da Polícia Federal (PF), cargo até então ocupado por Paulo Maiurino. A troca no comando da instituição, terceira desde o começo do governo do presidente Jair Bolsonaro (PL), foi registrada no Diário Oficial da União nesta sexta-feira (25), em ato assinado pelo ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira.

Oliveira era secretário-executivo do Ministério da Justiça, o segundo na hierarquia da pasta comandada pelo ministro Anderson Torres, e também é próximo a deputados da bancada da segurança. Maiurino, que ficou na diretoria-geral da PF por dez meses, foi convidado por Torres a assumir o comando da Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas (Senad).

"Ao Dr. Maiurino, meu reconhecimento pelo trabalho diário de reforçar o papel da Polícia Federal como instituição autônoma sim, mas com respeito a preceitos fundamentais da corporação, como hierarquia e disciplina. Sua experiência profissional será fundamental à frente da SENAD", disse Torres em suas redes sociais.

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Quem é o novo diretor-geral da PF

Formado em direito e na Academia Nacional de Polícia, Márcio Nunes de Oliveira já foi superintendente regional da PF no Distrito Federal, chefe do Serviço de Análise de Dados de Inteligência Policial da Divisão de Repressão a Crimes contra o Patrimônio e ao Tráfico de Armas e chefe da Divisão de Operações de Repressão a Entorpecentes. No Ministério da Justiça, ele era considerado o braço-direito do ministro Anderson Torres.

O novo diretor-geral da Polícia Federal também tem relação com a Frente Parlamentar da Segurança Pública. O líder da bancada, deputado Capitão Augusto (PL-SP), disse ao jornal O Globo que Márcio Oliveira terá "total apoio" do grupo de parlamentares. "É uma pessoa que conhece a fundo a instituição. É uma pessoa discretíssima, não fica se ocupando nas redes sociais. Pessoa extremamente profissional", disse o deputado.

Trocas no comando da PF

Maiurino é o terceiro diretor-geral da PF a deixar o cargo durante o governo Bolsonaro.

A primeira troca ocorreu em 2020, quando Maurício Valeixo foi exonerado pelo presidente, apesar das tentativas do então ministro da Justiça, Sergio Moro, de mantê-lo no cargo. A mudança foi apontada por Moro, agora pré-candidato à Presidência, como um dos motivos que o levaram a desembarcar do governo.

Valeixo foi substituído por Rolando Souza, que na época era secretário de Planejamento e Gestão da Agência Brasileira de Inteligência (Abin). Souza era considerado o braço-direito de Alexandre Ramagem, diretor-geral da Abin que havia sido impedido pelo Supremo Tribunal Federal (STF) de assumir o comando da PF por sua ligação com a família Bolsonaro. Sua nomeação foi vista como uma forma de o governo driblar a determinação do ministro do STF Alexandre de Moraes.

Souza ficou na diretoria-geral da PF de maio de 2020 a abril de 2021, quando foi substituído por Paulo Maiurino, nome ligado ao ministro do STF Dias Toffoli. Maiurino foi indicado ao comando da Polícia Federal pelo atual ministro da Justiça. Antes, ele era assessor especial do presidente do Conselho da Justiça Federal, cargo ocupado pelo ministro Humberto Martins.

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