Depois de dar início no ano passado à venda de imóveis da União, o governo federal pretende acelerar o processo neste ano. A meta é arrecadar R$ 3 bilhões em 2020 com a venda de 465 imóveis, localizados em diversas partes do país. O dinheiro será usado para reduzir a dívida pública.
As informações foram divulgadas nesta segunda-feira (10) pelo secretário de Coordenação e Governança da União, Fernando Bispo, e pelo secretário especial de Desestatização, Desinvestimentos e Mercados, Salim Mattar, ambos do Ministério da Economia.
“Nós temos uma dívida líquida hoje de mais de 4 trilhões de reais. Isso custa uma enormidade em termos de juros. E a redução dessa dívida significa que nós pagaremos menos juros e poderemos então aplicar esse dinheiro na qualidade de vida do cidadão”, afirmou Mattar.
Ao todo, a União tem 750 mil imóveis, que valem cerca de R$ 1,3 trilhão. Mas muitos desses imóveis não são alienáveis e, por isso, continuarão com o Estado. O mapeamento feito pelo Ministério da Economia aponta que é possível se desfazer de quase 4 mil imóveis até 2022 e arrecadar R$ 36 bilhões com a venda dessas unidades, conforme antecipou a Gazeta do Povo no ano passado. O número pode sofrer alterações, na medida em que mais ativos são incorporados pela União.
Governo elimina burocracias para acelerar a venda dos imóveis
De 2019 até agora, o governo já conseguiu levantar R$ 200 milhões com a venda de quatro imóveis da União. A meta era R$ 1 bilhão até dezembro do ano passado. Segundo Fernando Bispo, o governo não conseguiu realizar as vendas que queria em 2019 devido à falta de regularização dos imóveis e por causa da burocracia.
Parte dessa burocracia foi eliminada com a edição, em dezembro do ano passado, da medida provisória 915, que simplificou o processo de venda de imóveis da União. Essa medida também permite vender imóveis com baixa demanda (que não foram vendidos na primeira licitação) por um preço 25% menor. Apesar de já estar em vigor, a MP precisa ser aprovada pelo Congresso até o início de abril, para não perder a validade. Ela tramitará em regime de urgência a partir de março.
Outra parte da burocracia foi resolvida com a edição de uma portaria que regulamentou a regularização fundiária de imóveis urbanos da União. Essa regulamentação foi publicada no dia 31 de janeiro de 2020. Essa portaria estabelece que a União fica autorizada a ceder onerosamente os imóveis da União que são ocupados há anos legalmente por pessoas físicas ou jurídicas.
Ou seja, as pessoas vão poder regularizar a posse dos imóveis, desde que paguem para a União o valor de mercado do bem. Para ser beneficiado pela venda direta, o cidadão deve comprovar que era ocupante do imóvel situado em terreno da União até o dia 22 de dezembro de 2016. Famílias que tenham renda de até cinco salários mínimos vão poder ter a posse dos imóveis de forma solidária (sem pagar à União).
Até o fim de maio deste ano, será feito o levantamento completo das áreas de propriedade da União que são passíveis de regularização fundiária, tanto social quanto onerosa. Só no Distrito Federal, cinco áreas são passíveis de regularização, segundo a secretário: o trecho 2 de Vicente Pires, a Fazenda Sálvia, que fica entre Sobradinho e Planaltina e os condomínios Nova Colina, Vivendas Lago Azul e Vivendas Bela Vista, todos em Sobradinho.
A única burocracia que não foi resolvida, segundo Bispo, é a situação dos cerca de 50 mil imóveis que não estão registrados corretamente e, por isso, a União não pode vendê-los. São, em grande parte, imóveis antigos, que foram herdados e as antigas administrações não fizeram a atualização cartorial. A intenção do governo é regularizá-los o quanto antes, para poder colocar aqueles possíveis para venda.
O secretário acredita que, vencidos todos esses obstáculos, será possível, no mínimo, disponibilizar R$ 1 bilhão em imóveis neste ano para venda e quiçá, R$ 36 bilhões até 2022. Mas ele lembra que isso só será possível devido à MP 915, que ainda depende da aprovação do Congresso.
“A meta só será possível [de ser alcançada] por causa da MP 915, que moderniza a venda de imóveis da União. Se aumentarmos a velocidade de regularização, é possível [bater a meta]”, disse Bispo em conversa com a imprensa.
Ele diz que também vê demanda de mercado pelos ativos, tanto que os imóveis vendidos ano passado tiveram ágio (preço oferecido foi superior ao estabelecido no edital).
Triângulo Mineiro investe na prospecção de talentos para impulsionar polo de inovação
Investimentos no Vale do Lítio estimulam economia da região mais pobre de Minas Gerais
Conheça o município paranaense que impulsiona a produção de mel no Brasil
Decisões de Toffoli sobre Odebrecht duram meses sem previsão de julgamento no STF