O ministro Mauro Vieira, das Relações Exteriores, se disse otimista com a eleição presidencial da Venezuela neste final de semana, mesmo após as ameaças do ditador Nicolás Maduro de que haverá um “banho de sangue” e uma “guerra civil” caso seja derrotado.
O otimismo foi expresso por Vieira nesta quinta (25) pouco antes de uma reunião a portas fechadas com com o homólogo Luis Gilberto Murillo, da Colômbia, em Brasília. Os dois países foram os principais fiadores de Maduro nas negociações para que a eleição venezuelana transcorresse livre, transparente, justa e com o resultado aceito por todos -- o chamado "Acordo de Barbados".
Embora não tenha dado uma declaração oficial, Vieira disse “ótimo” a jornalistas na chegada ao Palácio do Itamaraty ao ser questionado sobre a expectativa pela eleição.
O teor da reunião entre Vieira e Murillo, que durou três horas, não foi divulgado pelo ministério. Além de conversarem sobre a situação venezuelana, os ministros também falaram das relações bilaterais entre os dois países.
Em abril deste ano, os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Gustavo Petro discutiram o cenário eleitoral na Venezuela durante a visita do brasileiro a Bogotá. Petro mencionou a possibilidade de um plebiscito para garantir direitos aos perdedores das eleições, enquanto Lula reforçou a posição contrária do Brasil às sanções econômicas dos Estados Unidos contra a Venezuela.
Além da situação venezuelana, Vieira e Murillo discutiram também uma agenda de sustentabilidade para a fronteira compartilhada de 1,6 mil km em meio à floresta amazônica.
"O Ministro Mauro Vieira recebeu hoje [quinta, 26] o chanceler da Colômbia, Luis Gilberto Murillo. Trataram de temas de interesse estratégico para ambos os países, no contexto da aproximação da COP-16 de Biodiversidade (Cali, 21/10-01/11) e da COP-30, em 2025, em Belém", disse o Itamaraty sobre a reunião.
O Brasil é o terceiro maior parceiro comercial da Colômbia, com exportações que totalizaram US$ 3,8 bilhões em 2023 e importações de US$ 2,3 bilhões. Mais de 70 empresas brasileiras estão instaladas na Colômbia.
TSE cancela envio de observadores
Na última quarta (24), o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) desistiu de enviar dois técnicos para acompanhar o processo eleitoral na Venezuela após Maduro questionar a lisura do sistema eleitoral brasileiro.
“Em face de falsas declarações contra as urnas eletrônicas brasileiras, que, ao contrário do que afirmado por autoridades venezuelanas, são auditáveis e seguras, o Tribunal Superior Eleitoral não enviará técnicos para atender [ao] convite feito pela Comissão Nacional Eleitoral daquele país para acompanhar o pleito do próximo domingo”, informou o TSE em um comunicado.
Em comício eleitoral na terça (23), o autocrata disse que a Venezuela tem o “o melhor sistema eleitoral do mundo” e que, no Brasil, não se audita as eleições.
As declarações foram interpretadas como falas de campanha. O Itamaraty, conforme apurou a Gazeta do Povo, decidiu que não se posicionaria sobre o tema. O TSE, por outro lado, rebateu as críticas do venezuelano.
“A presidente do Tribunal Superior Eleitoral [Cármen Lúcia] afirmou, hoje, que é falso que as urnas eletrônicas brasileiras não sejam auditadas. São auditáveis e auditadas permanentemente, são seguras, como se mostra historicamente. Nunca se conseguiu demonstrar qualquer equívoco ou instabilidade em seu funcionamento”, diz o comunicado.
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