O sindicato que representa os servidores do INSS afirmou que a greve que atinge mais de 400 agências no país continua após a reunião de negociação com o presidente do órgão, Alessandro Steffanutto, terminar sem acordo nesta quarta (24).
De acordo com representante da Federação Nacional dos Sindicatos de Trabalhadores em Saúde, Trabalho, Previdência e Assistência Social (Fenasps) ouvido pela Gazeta do Povo, o governo se recusou em cumprir a mesa de negociação aberta pelo Ministério da Gestão e Inovação em Serviços Públicos (MGI).
A entidade afirma que vem tratando da negociação da categoria com o governo desde o final do ano passado, que houve uma demora de quatro meses e que, após cinco reuniões com Steffanutto, não houve avanços em se cumprir a instalação da mesa. A reportagem procurou o INSS e aguarda retorno.
A greve dos servidores impacta os serviços do INSS em 23 estados e no Distrito Federal, que estão com agências fechadas ou com atendimento parcial. Os trabalhadores remotos também paralisaram parte das atividades.
Segundo a federação, algumas agências estão fechadas não apenas pela greve, mas também por falta de servidores. O INSS, diz, já chegou a ter 40 mil, mas hoje conta com 19 mil – estima-se que seriam necessários pelo menos 23 mil para dar conta de todas as análises necessárias que não podem ser feitas apenas com o uso da tecnologia.
A expectativa, diz a entidade, é de que Steffanutto redija uma portaria abrindo oficialmente a mesa de negociação, mas ainda sem uma previsão de publicação.
Na última terça (23), o governo entrou na Justiça contra os grevistas, pedindo para que os serviços sejam restabelecidos. Também determinou que os dias parados sejam descontados dos salários.
A Fenasps disse que ainda não foi notificada da ação, e que é "lamentável" o governo pressionar a categoria através da Justiça com um pedido de R$ 200 mil reais de penalização, o que inviabiliza a existência da entidades.
A preocupação do governo é de que a força-tarefa para analisar benefícios pagos irregularmente seja afetada pela greve, o que compromete diretamente a expectativa de cortar parte dos gastos como promessa de Lula para fechar o Orçamento de 2024 e 2025 e reduzir a fila de espera de segurados.
A paralisação atinge principalmente a análise e a concessão de benefícios, como aposentadorias, pensões e o Benefício de Prestação Continuada (BPC), este último alvo da revisão do governo e que pode atingir mais de 680 mil pagamentos. Os servidores afirmam que recebem, em média, um milhão de pedidos de benefício mensalmente.
O governo incorporou às estimativas de despesas uma economia de R$ 9 bilhões com a revisão de gastos em 2024, sendo a maior parte com a Previdência Social, e promete cortar R$ 25,9 bilhões em 2025.
Os servidores reivindicam o cumprimento de acordos anteriores, melhorias salariais e melhores condições de trabalho. Entre as queixas estão a falta de pessoal e o sucateamento do parque tecnológico do INSS, com sistemas lentos que atrasam os atendimentos.
O MGI apresentou uma proposta de reajuste de 18%, sendo 9% para 2025 e 9% para 2026.
Bolsonaro e mais 36 indiciados por suposto golpe de Estado: quais são os próximos passos do caso
Bolsonaro e aliados criticam indiciamento pela PF; esquerda pede punição por “ataques à democracia”
A gestão pública, um pouco menos engessada
Projeto petista para criminalizar “fake news” é similar à Lei de Imprensa da ditadura
Triângulo Mineiro investe na prospecção de talentos para impulsionar polo de inovação
Investimentos no Vale do Lítio estimulam economia da região mais pobre de Minas Gerais
Conheça o município paranaense que impulsiona a produção de mel no Brasil
Decisões de Toffoli sobre Odebrecht duram meses sem previsão de julgamento no STF
Deixe sua opinião