Plenário da Câmara dos Deputados.| Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
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Embora a eleição para substituir Rodrigo Maia (DEM-RJ) na presidência da Câmara dos Deputados esteja marcada apenas para fevereiro de 2021, as articulações de bastidores já estão intensas. Atualmente, há três blocos informais de olho na eleição da Câmara: um que gira em torno do atual presidente da Casa, outro mais alinhado com o presidente Jair Bolsonaro e um terceiro que reúne a esquerda. E, no atual momento das negociações, o grupo ligado à Maia desponta como o favorito.

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Com um racha dentro dos partidos do Centrão, que fazem parte da base aliada do governo, os votos dos partidos de oposição a Bolsonaro passaram a ser o "fiel da balança" para eleger o sucessor de Maia. E a esquerda já sinaliza que pode se aliar a Maia para derrotar o presidente.

O presidente da Câmara é responsável por comandar a agenda legislativa, algo importante para o sucesso de qualquer governo. E a próxima eleição passou a ganhar ainda mais importância num momento de crise política e com 48 pedidos de impeachment contra Bolsonaro aguardando despacho de quem dirige a Casa – o presidente da Câmara é quem abre ou arquiva os pedidos de impedimento dos presidentes da República.

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Quais são os grupos que vão participar da eleição na Câmara

Há três blocos informais na disputa pelo comando da Câmara. Um deles é comandado pelo próprio Rodrigo Maia. Abriga o DEM, o PSDB, o MDB, o Cidadania, a parte do PSL rompida com Bolsonaro e outros partidos menores.

Uma segunda ala, hoje chamada de "Centrão bolsonarista", é dirigida pelo deputado Arthur Lira (AL) e reúne partidos como Progressistas, PL, PSD e Republicanos.

O terceiro campo é formado pela oposição, com o PT, PSB, PDT, PSOL, PC do B, PV e Rede, além de outros "desgarrados" que podem se compor com a esquerda.

Base de Bolsonaro está dividida internamente

O Centrão, que hoje compõe o núcleo mais sólido da base de Bolsonaro na Câmara, está dividido entre vários pretendentes ao comando da Casa.

O candidato com mais visibilidade é Arthur Lira (PP-AL). Vice-presidente da Câmara, Marcos Pereira (Republicanos-SP) também quer entrar no páreo e conta com aval da bancada evangélica. Já o PL tem dois pré-candidatos: Capitão Augusto (SP) e Marcelo Ramos (AM).

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Além disso, parte do Centrão pode até mesmo se aliar a outros grupos na disputa. O relator da reforma tributária, Aguinaldo Ribeiro (Progressistas-PB), tem a simpatia de Maia, assim como o presidente do MDB, Baleia Rossi (SP) – e podem vir a ser os nomes do grupo do atual presidente da Câmara.

Maia se encontrou com a esquerda para tratar da eleição na Câmara

O grupo de Rodrigo Maia já está se movimentando nos bastidores. O próprio Mais se reuniu pessoalmente com integrantes da oposição, há pouco mais de duas semanas, para discutir a agenda legislativa do segundo semestre. Mas a conversa também tratou da eleição na Câmara.

Nesse encontro, integrantes da esquerda manifestaram a disposição de se aliar a Maia para derrotar Bolsonaro. A esquerda tem 133 votos e, para onde pender, vai definir a eleição. A tendência é que ao menos a centro-esquerda se una ao "projeto Maia", embora haja resistências, como a de Alessandro Molon (PSB-RJ), que corre por fora na disputa.

O PT – que hoje tem a maior bancada na Câmara – está isolado na Câmara e não forma aliança sólida nem mesmo com outros partidos da esquerda. Mas passou agora a ser objeto do desejo dos grupos que vão disputar a Câmara. E os petistas já dão sinais de que, nesse caso, aceitam participar de uma composição. "Nosso objetivo é impedir que Bolsonaro controle a presidência da Câmara", diz Carlos Zarattini (PT-SP).

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Articulação tenta abrir brecha pela reeleição de Maia

Ainda não há definição sobre qual seria o nome que disputaria a presidência da Câmara pelo grupo ligado a Rodrigo Maia. Ele próprio está impedido de tentar a reeleição porque a Constituição impede que presidentes da Câmara e do Senado sejam reconduzidos aos cargos na mesma legislatura. E Maia tem dito que não será candidato sob nenhuma hipótese.

No entanto, nesse grupo há o desejo de encontrar uma brecha para que o atual presidente da Casa possa concorrer mais uma vez. "Se ele puder ser [candidato], e quiser, eu o apoiarei", afirma o deputado Elmar Nascimento (DEM-BA) – um dos pré-candidatos à cadeira de presidente da Câmara pelo grupo de Maia.

Apesar da restrição imposta pela Constituição, há articulação para tentar garantir a possibilidade de reeleição para o comando do Legislativo. E ela parte principalmente do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP). Alcolumbre conta com aval de aliados para consultar o Supremo Tribunal Federal (STF) se ele pode tentar a reeleição, sob o argumento de que seu mandato é de oito anos, terminando apenas em 2022.

Eventualmente, dependendo da resposta do STF, há uma possibilidade menor de que se abra uma brecha para permitir a candidatura de Maia.

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