O Gabinete de Segurança Institucional (GSI) afastou os agentes militares envolvidos no suposto vazamento de informações oficiais das viagens do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
O caso veio à tona na quarta (9) após apurações do Metrópoles e do G1 revelarem que Cid estava recebendo mensagens de uma lista de distribuição dos computadores do órgão, e que ele teve conhecimento de procedimentos sobre as viagens de Lula em diversos eventos oficiais. Entre os compromissos, estão passagens por Pequim e Xangai, na China; Brasília; Foz do Iguaçu (PR) e Boa Vista (RR).
Segundo as apurações, as mensagens vazadas teriam sido provenientes de três militares do GSI: Márcio Alex da Silva, do Exército; Dione Jefferson Freire e Rogério Dias Souza, ambos da Marinha. O órgão afirmou que está instaurando uma sindicância interna para apurar os fatos.
“Os militares citados foram afastados do trabalho e, caso a sindicância constate responsabilidades, eles serão desligados da Presidência da República”, disse o GSI em nota à Gazeta do Povo.
Em um documento enviado à CPMI dos atos de 8 de janeiro, o órgão disse que a desativação da conta de Mauro Cid no sistema do governo foi feita com atraso “devido ao acúmulo exponencial de atividades de credenciamento durante a transição para o novo governo”, no dia 15 de março. A caixa de correio dele foi excluída definitivamente em 30 de maio, após a realização de um backup.
O GSI afirma que ocorreram 1,1 mil exonerações entre dezembro de 2022 e janeiro de 2023, com o credenciamento e o descredenciamento de contas sendo feitos por apenas duas pessoas na época.
“Após o desligamento de um servidor, a equipe responsável pelo credenciamento realiza o procedimento de desabilitação do login de rede e, após execução do backup full [completo] da caixa de mensagens, a sua exclusão. Importa destacar que o processo em questão é manual, sujeito à ocorrência de falhas”, completou o órgão no documento obtido pela Folha de São Paulo.
A pasta disse, ainda, que o processo de desativação de contas de e-mails de ex-servidores da presidência está sendo automatizada “para que não dependa mais da ação humana”. “Com isso, serão evitadas possíveis inconsistências”, finalizou.
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