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O governo federal foi cobrado, nesta quarta-feira (31), a retirar o sigilo dos relatórios de inteligência sobre os atos de 8 de janeiro, após os registros apresentarem "inconsistências". Esses documentos foram apresentados durante uma sessão fechada da Comissão Mista de Controle das Atividades de Inteligência (CCAI) do Congresso. Parlamentares que viram os relatórios apontam a suspeita de omissão ou falsificação nesses dados.
O material apresentado seria composto por dois relatórios da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) sobre o 8 de janeiro, e a comparação entre eles mostra que o Gabinete de Segurança Institucional (GSI), então comandado pelo general Marco Edson Gonçalves Dias, teria supostamente adulterado o primeiro relatório de inteligência enviado ao Congresso, informou o jornal O Globo.
O veículo, porém, não informou quais foram os parlamentares da Comissão Mista de Controle das Atividades de Inteligência que tiveram acesso aos relatórios e também não se sabe quem dentro do GSI seria responsável pela omissão ou falsificação.
Os parlamentares que tiveram acesso aos documentos perceberam que o primeiro não trazia o registro de 11 alertas que o general teria recebido no celular, entre 6 e 8 de janeiro, sobre os manifestantes e o movimento crescente para os atos de vandalismo, segundo O Globo.
Gonçalves Dias pediu demissão depois que a CNN Brasil revelou vídeos do Palácio do Planalto do dia 8 de janeiro. O general aparece dentro da sede do Executivo durante a invasão e depredação do local. No caso dos relatórios, a suspeita é de que foi retirado do documento os registros de que o general teria sido informado por mensagens enviadas para seu celular dos crescentes riscos de tumulto e de invasão das sedes dos Três Poderes.
Além disso, diferentes versões foram apresentadas ao Congresso e à Procuradoria-Geral da República (PGR). Após a publicação de reportagens sobre o tema e relatos dos parlamentares, o ministro da Casa Civil, Rui Costa, prometeu retirar o sigilo desses relatórios até o final desta semana, apurou a CNN Brasil.
A comissão recebeu a primeira versão do relatório no dia 20 de janeiro, quando o GSI ainda era comandado por Gonçalves Dias. A segunda versão foi enviada em 9 de maio, quando ele já tinha pedido demissão. O órgão entregou ainda uma terceira versão nesta segunda (29).
