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O ministro interino Ricardo Cappelli, do Gabinete de Segurança Institucional (STF), entregou na tarde deste sábado (22) ao Supremo Tribunal Federal (STF) a íntegra das imagens que mostram a invasão ao Palácio do Planalto no dia 8 de janeiro.
O ato ocorreu após uma determinação do ministro Alexandre de Moraes feita na tarde de sexta (21) para investigar o vazamento das gravações que mostram agentes e o ex-ministro da pasta, Marco Edson Gonçalves Dias, circulando entre os invasores.
Cappelli entregou, também, o relatório da sindicância interna aberta no GSI para apurar a conduta dos agentes no dia da invasão.
“Já entregamos ao STF a íntegra das imagens do Palácio do Planalto do dia 8 de janeiro e uma cópia da sindicância aberta no GSI”, disse em uma postagem no Twitter no começo da noite. As imagens estavam sob sigilo, que também foi suspenso pelo STF.
Moraes tinha dado um prazo de 48 horas para que Cappelli entregasse “todo o material existente” das gravações do circuito interno de segurança do Palácio “observada a preservação integral das imagens”. As imagens somaram mais de 160 horas de 22 câmeras, segundo informou a CNN Brasil, que divulgou o material editado na quarta (19).
As imagens mostram o então ministro Gonçalves Dias junto de agentes civis e militares do GSI circulando entre os manifestantes que invadiram o Palácio do Planalto no dia 8 de janeiro, conversando e dando orientações pelos corredores do prédio. Um deles chega a oferecer água aos invasores.
Gonçalves Dias pediu demissão na tarde de quarta (19) após uma reunião reservada com Lula, que nomeou Cappelli como interino da pasta e determinou um raio-x da estrutura do GSI. O novo ministro disse que mudanças podem ser feitas nas atribuições do gabinete, mas sem adiantar quais devem ser elas – um relatório será apresentado ao presidente quando voltar da viagem à Europa.
Na sexta (21), Gonçalves Dias prestou depoimento à Polícia Federal e disse que não deu ordem de prisão aos manifestantes que invadiram o Palácio por falta de condições frente à quantidade de pessoas, e que também não deu nenhuma ordem para que saíssem do local. Disse, ainda, que solicitou reforço da Polícia Militar e do Exército e que houve um “apagão geral do sistema” por conta da falta de informações sobre a proporção do protesto.