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O ministro da Economia, Paulo Guedes, escolheu o economista Bruno Funchal para ser o novo secretário do Tesouro Nacional. Funchal é o atual diretor de Programas da pasta e foi secretário de Fazenda do Espírito Santo. Ele assume o cargo em 31 de julho. A informação foi confirmada pelo Ministério da Economia nesta segunda-feira (15).
Mansueto Almeida, atual secretário do Tesouro Nacional, pediu demissão neste mês para o ministro, que aceitou o pedido. A intenção de Mansueto é seguir para a iniciativa privada. Ele fica no cargo até o fim de julho para dar tempo de fazer a transição. Depois, vai cumprir o período de quarentena obrigatório.
A transição será conduzida pessoalmente por Mansueto. O objetivo é evitar qualquer descontinuidade nos trabalhos do Tesouro Nacional, secretaria responsável pelo "cofre" do governo. Funchal já deve acompanhar Mansueto na coletiva do resultado do governo central no fim de junho.
Quem é Bruno Funchal
Doutor em Economia pela Fundação Getúlio Vargas, Funchal é especialista em Economia, com ênfase em Finanças, Direito e Macroeconomia Aplicada. Atua especialmente nos temas sobre o mercado de crédito, mercados incompletos, equilíbrio geral e alocação de ativos. É, assim como Mansueto, um defensor do ajuste fiscal.
Ele está no Ministério da Economia desde janeiro de 2019, como diretor de Programas. Foi um dos técnicos responsáveis para elaboração do projeto do Pacto Federativo. Antes, foi secretário de Fazenda do Espírito Santo, um dos poucos estados que estão com as contas públicas equilibradas.
Funchal também é professor titular da FUCAPE Business School e foi pesquisador visitante da Wharton School - Universidade da Pensilvânia.
Como secretário de Fazenda do Espírito Santo de 2017 a 2018, Funchal conseguiu tirar nota máxima em capacidade de pagamento cortando comissionados, suspendendo concursos e não concedendo reposição salarial, conforme mostrou reportagem da Gazeta do Povo na época.
O sucesso no governo capixaba fez Funchal ser procurado no fim de 2018 para ser secretário de Fazenda do Paraná, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul. Mas ele acabou optando por aceitar o convite do Ministro Paulo Guedes para ser diretor de programas.
Saída de Mansueto é primeira grande baixa na equipe econômica
A saída de Mansueto foi a primeira grande baixa na equipe econômica. O secretário do Tesouro é considerado o maior fiador do ajuste fiscal e do teto de gastos, mecanismo que limita o crescimento da despesa à inflação. Ele é também um nome de credibilidade junto ao mercado financeiro e tem bom trânsito no Congresso.
Analistas financeiros lamentaram a saída de Mansueto. "Saída de Mansueto Almeida da Secretaria do Tesouro representa perda significativa. Será importante sinalizar substituição que reúna competência, experiência e compromisso com a austeridade fiscal. Depois da trombada da pandemia, não será fácil colocar o carro em rota de reequilíbrio", escreveu o sócio da GO Associados Gesner Oliveira.
Em nota, o Ministério da Economia agradeceu Mansueto pelo "compromisso com a equipe que chegou com o novo governo e por todo trabalho realizado à frente do Tesouro Nacional em prol do reequilíbrio das contas do país".
