O primeiro voo de repatriação de 211 brasileiros resgatados em Israel pousou em Brasília na madrugada desta quarta (11), por volta das 4h07, após uma viagem de cerca de 14 horas. O avião da Força Aérea Brasileira (FAB) partiu de Tel Aviv com atraso na tarde de terça (10), em meio a alertas de ataques do grupo Hamas contra a capital israelense.
A operação de repatriação foi nomeada de “Voltando em Paz” e priorizou, neste primeiro grupo, famílias sem condições financeiras de comprar uma passagem aérea na aviação comercial, crianças, idosos, pessoas com deficiência e enfermos. Outros cinco voos de repatriação estão previstos até domingo (15), com até 900 pessoas – o Ministério das Relações Exteriores, no entanto, já recebeu mais de 2,7 mil pedidos de ajuda para deixar Israel.
Segundo informações do governo, 107 passageiros ficaram em Brasília e 104 seguiram para o Rio de Janeiro em outros dois aviões da FAB.
Maria Laura da Rocha, secretária-geral do Itamaraty, que acompanhou a chegada, ainda há 2,5 mil brasileiros em Israel e 50 na Faixa de Gaza à espera de resgate pelo governo. De acordo com ela, foi montado um gabinete de crise no governo para operacionalizar a repatriação dos cidadãos.
“Nosso objetivo é trazer todos de volta. Nossa preocupação é, nesse momento, com os nossos co-nacionais”, explicou ainda na base aérea de Brasília.
O ministro José Múcio Monteiro, da Defesa, completou a secretária-geral do Itamaraty e afirmou que o governo vai resgatar todos os brasileiros que quiserem voltar ao país. Ele afirmou que “este é o primeiro de muitos voos”.
“Algumas pessoas perguntam quantos voos vamos realizar, vamos trazer todos os brasileiros que estão na região. Este é o primeiro voo que vem de Tel Aviv, mas o Itamaraty já está fazendo contato com países vizinhos para ver se nós deslocamos os outros brasileiros que estão no entorno”, disse.
A preocupação maior para o governo, neste momento, é com os brasileiros que estão na Faixa de Gaza, 50, como mencionou Maria Laura anteriormente. Para o brigadeiro do ar, tenente-brigadeiro do ar, Marcelo Damasceno, dois aeroportos do Egito tem boas possibilidades de atendimento aos cidadãos que estão em Gaza e na Cisjordânia.
“[Dependemos da] abertura e fechamento das fronteiras, que acontece em situações como essa, mas, não tenho dúvida que fechamos no sábado essa primeira etapa e imaginamos que o segundo braço dessa missão uma quantidade que eu considero grande de voos para que possamos esses milhares de brasileiros que aguardam o nosso apoio”, afirmou o militar.
Um segundo voo de repatriação de brasileiros partiu de Brasília na tarde de segunda (9), fez uma escala em Roma e pousou em Tel Aviv por volta das 8h (horário de Brasília). O avião, mais um KC-30 (Airbus A330-200) com capacidade para 210 passageiros, deve retornar ao Brasil no final da manhã (final da tarde em Israel) com destino ao Rio de Janeiro. A expectativa é de que a chegada seja na madrugada de quinta (12).
E um terceiro voo decolou nesta terça (10), também da capital federal. Os aviões, do modelo KC-30 com capacidade para até 210 passageiros. Os próximos três voos de repatriação programados partem até sábado (14) com chegada até domingo (15).
Após a chegada no Brasil, os passageiros que seguem para outras cidades do país são transportados até o destino final pela companhia aérea Azul, que está custeando as passagens após fechar uma parceria com a presidência da República.
Desde o início dos conflitos, no último sábado (7), mais de duas mil pessoas morreram em Israel e em Gaza. Entre elas dois brasileiros, os jovens Ranani Glazer, de 23 anos, e Bruna Valeanu, de 24, que estavam em um festival de música eletrônica que foi um dos primeiros locais atacados pelo Hamas durante a ofensiva contra o território israelense. Ainda há uma brasileira desaparecida.
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