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Mauro Vieira
Ministro Mauro Vieira, das Relações Exteriores, lamentou posição dos EUA de rejeitar proposta do Brasil para guerra de Israel contra o Hamas.| Foto: Joédson Alves/Agência Brasil

O ministro Mauro Vieira, das Relações Exteriores, lamentou a rejeição da resolução brasileira que pedia o cessar-fogo de Israel contra o Hamas e que já levou a morte de mais de 3 mil pessoas na Faixa de Gaza, na manhã desta quarta (18). A proposta foi negada apenas pelos Estados Unidos, membro permanente do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU), o que inviabiliza totalmente a aprovação.

Ao todo, a resolução brasileira teve 12 votos a favor e duas abstenções, da Rússia e do Reino Unido. Os EUA alegaram que a proposta não reconhecia o direito de Israel se defender da agressão terrorista iniciada no último dia 7.

“Infelizmente não foi possível aprovar essa resolução, ficou clara uma divisão de opiniões. Mas, acho que, do nosso ponto de vista, fizemos todo o esforço possível para que cessasse as hostilidades e parasse com o sacrifício humano e dar algum tipo de assistência às populações locais e aos brasileiros que estão ainda na Faixa de Gaza”, disse.

Vieira afirmou, ainda, que o que acontecer daqui para a frente será de responsabilidade de cada país, em que “cada país terá tido sua inspiração própria” para aprovar ou negar a resolução.

A apresentação da proposta brasileira foi feita pelo representante do país no Conselho, embaixador Sérgio França Danese, que preside temporariamente o colegiado.

Mauro Vieira afirmou que a diplomacia brasileira buscou conversar com todos os representantes dos outros países no Conselho, desde a última sexta (13), para que se elaborasse um texto “o mais palatável a todos, que acomodasse as necessidades de todos”. Ele próprio acompanhou e orientou os diplomatas nas primeiras costuras da resolução, em Nova York, antes de retornar ao Brasil no final de semana.

“Depois de intensas e múltiplas consultas, apresentamos um texto que foi aceito por 12 dos 15 membros do Conselho de Segurança”, justificou.

O texto, diz, focava basicamente na cessação das hostilidades contra a população civil de Gaza, na abertura de um corredor para a saída de estrangeiros que estão no território conflagrado – entre eles cerca de 30 brasileiros –, e o envio de ajuda humanitária.

A representação de Washington no Conselho de Segurança da ONU afirmou, ainda, que a principal tentativa de resolução do conflito está sendo feita neste momento pelo presidente Joe Biden, que está em Israel nesta quarta (18).

O ministro disse, ainda, que ele e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vem conversando com autoridades egípcias para a retirada de brasileiros de Gaza, como o chanceler Sameh Shoukry e o homólogo Abdel Fattah al-Sissi.

Lula se envolveu pessoalmente na negociação com líderes regionais, inclusive com o da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, para tornar o Brasil mais relevante no cenário internacional. O veto americano frustra essas pretensões.

Desde o início dos ataques, no dia 7, mais de 4 mil pessoas morreram, sendo cerca de 3 mil palestinos e 1,4 mil israelenses, além de estrangeiros que estavam em Israel no momento dos ataques no dia 7. Entre eles, quatro brasileiros e parentes diretos.

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