Os membros da força-tarefa da Lava Jato publicaram uma nota em que explicam como os hackers teriam agido para coletar informações pessoais. Segundo o MPF, pelo menos desde abril os ataques estariam ocorrendo pelo "hacker da Lava Jato". Assim que as tentativas foram identificadas, a Polícia Federal teria sido acionada para investigar a situação.
Tudo teria começado com a clonagem dos números de celulares. O MPF afirma que o criminoso simulou ligações durante a madrugada usando “máscaras digitais”. Essas máscaras serviam para mostrar números de origem diversos, com contatos de instituições da República, números do exterior e dos próprios procuradores.
O objetivo das ligações noturnas, diz a nota, seria identificar a localização da antena (ERB) que emite o sinal mais próximo ao telefone. Isso facilitaria a invasão do hacker da Lava Jato e encobriria o ataque. “O modo de agir agressivo, sorrateiro e dissimulado do criminoso é um dos pontos de atenção da investigação", diz a nota que detalha a ação.
Hacker da Lava Jato
O hacker da Lava Jato teria tentado intimidar os procuradores usando uma “identidade virtual falsa”, além de se passar por eles e por jornalistas, para conseguir mais informações. De acordo com o MPF, os familiares dos integrantes da força-tarefa também teriam sofrido tentativas de “ataques cibernéticos”.
No domingo (9), o portal de notícias The Intercept Brasil publicou três reportagens em que mostravam supostas trocas de mensagens via Telegram entre os procuradores, e também entre Dallagnol e o ex-juiz, atual ministro da Justiça, Sergio Moro.
Procuradores e o ministro da Justiça estão usando as redes sociais para comentar o ataque do hacker da Lava Jato. Moro classificou a publicação das reportagens como: "Muito barulho por conta de publicação por site de supostas mensagens obtidas por meios criminosos de celulares de procuradores da Lava Jato". Já o procurador-chefe da força-tarefa em Curitiba, Deltan Dallagnol, diz que os procuradores "não vão se dobrar".
Em vídeo publicado nas redes sociais, nesta segunda (10), Deltan diz que a Lava Jato "sofreu um ataque gravíssimo por parte de um criminoso que invadiu telefones celulares, que sequestrou contas e aplicativos de trocas de mensagens, que se fez passar por jornalistas e procuradores.” Veja o que o procurador disse sobre o hacker da Lava Jato: