O empresário Luciano Hang, em depoimento à CPI da Covid| Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senad
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O empresário Luciano Hang, que depôs à CPI da Covid do Senado nesta quarta-feira (29), indicou que poderá ser candidato nas eleições de 2022. Em entrevista à imprensa após o depoimento, Hang disse que vai "pensar até o último dia" sobre a candidatura, mas apontou acreditar que empresários "precisam saber que não vão mudar o país sentados no sofá da nossa casa". O empresário é especulado para disputar uma vaga ao Senado por Santa Catarina.

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Hang é proprietário da rede varejista Havan e um dos principais apoiadores do presidente Jair Bolsonaro no meio empresarial. À CPI, ele disse que passou a se apresentar publicamente como dono da Havan e ativista político para encerrar boatos de que a empresa teria outros proprietários. Senadores recordaram de um vídeo veiculado em 2015 pela atual deputada federal Carla Zambelli, quando ela ainda não detinha mandato público, em que ela dizia que a Havan era de propriedade da filha da ex-presidente Dilma Rousseff. Hang disse que Zambelli "caiu na fake news" sobre a Havan; parlamentares que fazem oposição ao governo Bolsonaro disseram que a deputada não "caiu" em fake news, e sim que "criou" fake news.

O empresário concedeu a entrevista após o depoimento ao lado de senadores governistas, como Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ), Jorginho Mello (PL-SC) e Marcos Rogério (DEM-RO). Após uma fala inicial, Hang foi literalmente aplaudido pelos parlamentares e por alguns assessores que acompanharam a entrevista.

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Na mesma entrevista, Hang disse ser “muito atacado” por conta de seu posicionamento político, e que as acusações apresentadas contra ele durante a reunião da CPI foram “narrativas” por parte dos membros da oposição a Bolsonaro.

Hang fala sobre morte da mãe e refuta acusação de negacionismo

Ao longo de sua participação na CPI, Hang foi confrontado pelos senadores oposicionistas com algumas de suas declarações que, na opinião dos parlamentares, indicariam um posicionamento de negacionismo em relação à pandemia de Covid-19. Os senadores destacaram gravações em que o empresário fazia defesa do tratamento precoce, criticava medidas de restrição do comércio e também sugeria haver uma supernotificação do número de óbitos pela doença no Brasil.

Hang disse não ser negacionista, e também não renegou nenhuma das declarações feitas nos vídeos. Segundo ele, as falas remetiam a contextos justificados em suas épocas. No caso da gravação em que contestava o número de mortes, por exemplo, o empresário alegou que sua desconfiança era em relação ao rigor estatístico dos dados, não a uma verdadeira capacidade letal da doença.

O empresário falou também sobre a morte de sua mãe, Regina Hang, que se consolidou como um dos principais assuntos em debate na CPI nas últimas semanas. Regina morreu no início do ano, vítima da Covid-19, quando estava sob os cuidados da Prevent Senior, empresa que figura entre as investigadas da CPI. Senadores da oposição acreditam que Regina morreu mesmo tendo sido submetida ao tratamento precoce, e que a informação foi propositadamente ocultada por Hang e pela Prevent Senior, que teriam entendido que a revelação do fato poderia trazer prejuízos econômicos e políticos.

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Hang confirmou a inconsistência entre a real causa da morte de Regina e o que está documentado na certidão de óbito — o documento indica outra doença, não a Covid-19, como razão do falecimento. Segundo ele, o quadro se deu por um equívoco do médico plantonista da Prevent Senior que atendia Regina na hora da morte.

O empresário negou o uso político da morte da mãe e confirmou que ela foi submetida ao tratamento precoce. Confrontado com um vídeo em que lamentava o fato de sua mãe não ter recebido tratamento preventivo contra a Covid-19, Hang disse aos senadores que “preventivo” e “precoce” atendem a diferentes conceitos.

Outro empresário vai depor nesta quinta

Depois de Hang, a CPI volta a ouvir um empresário que detém proximidade com o presidente Jair Bolsonaro. O depoente desta quinta-feira (30) será o empresário Otávio Fakhoury.

Ele é acusado de financiar canais de disseminação de notícias falsas durante a pandemia de Covid-19. Fakhoury já está na mira do Congresso, em outra comissão: a CPI mista das fake news, que apura, entre outros casos, a influência de uma suposta “máquina” de notícias falsas e ataques virtuais durante as eleições de 2018.

Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]
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