Governador do Pará diverge da presidência do partido e de Ricardo Nunes ao defender permanência na base de Lula.| Foto: Fernando Bizerra/EFE
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O governador Helder Barbalho (MDB-PA), do Pará, afirma que as conversas sobre os rumos do partido para a sucessão presidencial de 2026 terão a preferência de um primeiro diálogo com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). As declarações ocorrem dias depois do dirigente nacional da legenda, Baleia Rossi, e do prefeito reeleito de São Paulo, Ricardo Nunes, flertarem com o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) para a próxima disputa ao Palácio do Planalto.

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Barbalho é aliado de Lula e nome forte dentro do MDB, o que mostra um racha no partido entre os que desejam seguir na base governista e os que pretendem disputar a presidência da República. Ele admite as diferenças internas, mas justifica que a legenda ocupa um espaço importante hoje que precisa ser levado em consideração.

“O MDB deve conversar, sim, com o presidente Lula no sentido de entender aquilo que se pensa para 2026, a partir, inclusive, da candidatura do presidente à reeleição. [Discutir] qual o papel do MDB neste processo, que protagonismo o MDB deve exercer neste processo. E, claro, internalizar após esse diálogo, internalizar o que será capaz de unificar o partido”, disse em entrevista à Folha de S. Paulo publicada nesta quinta (31).

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Rossi e Nunes já vinham flertando com Freitas ao longo do segundo turno das eleições municipais, já que o governador de São Paulo mergulhou de cabeça na campanha de reeleição do atual prefeito – assumindo um protagonismo que se esperava do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Com o caminhar da disputa, ele se manteve ao lado de Nunes mesmo nos momentos em que as pesquisas indicavam uma queda na preferência dos eleitores – e isso chamou a atenção do MDB.

Mas, Helder Barbalho considera que o partido hoje tem uma posição de destaque no governo e que, passada a eleição e o aumento da presença do MDB, pode haver um rearranjo na base. Ele defendeu, entre outros pontos, que Lula vá cada vez mais para o centro e menos à esquerda.

“Uma coisa é fato: não dá para desconhecer o tamanho do MDB”, disse. Além do partido, o PSD de Gilberto Kassab também deve ganhar mais espaço no governo – já se fala, nos bastidores, a possibilidade de uma reforma ministerial entre este ano e o próximo.

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O MDB ocupa, atualmente, três ministérios na Esplanada: o irmão de Helder, Jader Filho, comanda a pasta das Cidades; Renan Filho é ministro dos Transportes, e a ex-presidenciável Simone Tebet está à frente do Planejamento e Orçamento, um apoio que começou logo após ela alcançar a terceira posição no primeiro turno das eleições de 2022.

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“Se faz necessário que os partidos de centro e, mais do que isso, as teses defendidas por aqueles que estão ao centro, se enxerguem nesse processo eleitoral de 2026. [...] O centro deve ter a capacidade de liderar as discussões daquilo que busca construir políticas públicas, que tenham um espectro de impacto na sociedade como um todo”, pontuou o governador paraense.

Ele, no entanto, afirmou que as discussões sobre os rumos do MDB na eleição presidencial de 2026 serão conduzidas apenas após a COP30 de Belém, em novembro do ano que vem. O evento mundial, diz Helder Barbalho, é o foco da dedicação por enquanto.

“O fato é que a minha participação, no que diz respeito a 2026, será ativa dialogando internamente no MDB para que nós possamos estar fortalecidos para a eleição”, completou.

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