O deputado federal Hugo Motta (Republicanos-PB), provável novo presidente da Câmara, exaltou os partidos do “centrão” e pediu que os parlamentares desenvolvam “boas discussões” no novo ano legislativo a partir da próxima semana. Ele deve ser eleito na sessão extraordinária deste sábado (1º), em uma aliança com 17 partidos que vão da base à oposição – PT e PL, respectivamente.
Motta reuniu deputados, ministros do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e políticos na noite desta segunda (27) em um evento em São Paulo, que contou com a presença até mesmo do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP); do presidente do PL, Valdemar Costa Neto; e do atual presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL).
“Muitas vezes o centro político é criticado porque se pressupõe falta de posicionamento, mas não, na verdade a ausência é de preconceitos. Se a ideia for boa, não importa se veio de um lado ou de outro”, disse Motta em discurso, segundo cita a Folha de S. Paulo.
Entre os ministros de Lula presentes no evento, estiveram o correligionário Silvio Costa Filho (Portos e Aeroportos) e Márcio França (Empreendedorismo), do PSB – partido do vice-presidente Geraldo Alckmin.
Ainda durante o discurso. Motta sinalizou que pretende ter uma relação estreita com os presidentes dos partidos, evidenciando a participação das legendas na articulação que pode dar a ele uma vitória com muita folga na eleição deste final de semana.
“Esses presidentes [de partido] terão um papel fundamental em nos ajudar. Porque, pela minha pouca idade, pela minha trajetória de vida, e sempre fiz política ouvindo, vou precisar muito mais ouvir os mais experientes para que a gente possa errar o mínimo possível”, pontuou.
A presença de políticos de diferentes lados foi apontada como um sinal de ampla aceitação negociada. Motta pontuou que a “foto” com todos os presentes fala mais “do que qualquer discurso”.
A aliança amealhada por Lira para apoiar Motta na eleição conta com 488 deputados, 231 a mais dos 257 necessários para ser eleito. A votação ocorre no dia 1º de fevereiro.
Um levantamento recente aponta que Motta foi mais fiel ao governo em votações na casa do que os próprios aliados a Lula. Ele se alinhou ao Planalto em 91% dos projetos, a frente até mesmo de deputados como Erika Kokay (PT-DF), que seguiu o governo em 86% das votações; Luiza Erundina (PSOL-SP), com 85%; Tabata Amaral (PSB-SP), com 82%, Duda Salabert (PDT-MG), com 81%; Henrique Vieira (PSOL-RJ), com 77%; e Erika Hilton (PSOL-SP), com 72%.
Tarcísio de Freitas foi além no apoio a Motta e afirmou que será uma oportunidade para fortalecer as demandas do estado de São Paulo na Câmara. Para ele, o futuro provável presidente “está pronto” para assumir o que seria um legado de Lira, um “sarrafo lá em cima, acima de dois metros e dez”.
“Obviamente é uma oportunidade também de colocar demandas, colocar projetos, de pavimentar um caminho aí para que a gente possa ter boas discussões e trazer pautas relevantes para o estado de São Paulo, então uma forma de demonstrar apreço e apoio a essa candidatura que deve ser uma candidatura bem-sucedida”, pontuou.
Já Lira destacou o trabalho coletivo que levou à candidatura de Hugo Motta, que amealhou partidos da base e da oposição. “Hugo está preparado, não está aqui por um trabalho meu ou dos que acompanham, mas pelo trabalho de todos”, afirmou.
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