O governador Ibaneis Rocha (MDB), do Distrito Federal, reassumiu o cargo na manhã desta quinta (16) após 64 dias de afastamento por ordem do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), por conta dos atos de 8 de janeiro que culminaram com a invasão e a depredação das sedes dos Três Poderes em Brasília.
Em um pronunciamento logo após a primeira reunião com a vice-governadora Celina Leão (PP), Ibaneis não procurou culpados por seu afastamento do cargo, e disse que houve um “apagão geral” em todas as instituições envolvidas na contenção aos atos.
“No Palácio do Planalto, que tem um batalhão, houve um relaxamento total. A Força Nacional também não atuou. Nós tivemos um apagão geral na segurança do Distrito Federal”, disse.
Ibaneis afirmou que, desde que assumiu o cargo de governador pela primeira vez, em 2019, procurou dar autonomia aos seus secretários de segurança, e que confia nas ações adotadas, inclusive na indicação do comandante-geral da Polícia Militar. Com Anderson Torres não foi diferente, “tinha minha inteira confiança, e eu confiei que realmente as coisas iriam transcorrer na maior tranquilidade”, completou.
O governador agora reempossado disse, ainda, que o afastamento do cargo foi “necessário” por conta do “período de muita dificuldade” vivido. Ele disse, ainda, que tem “todo o respeito por todas as autoridades, por tudo o que aconteceu”, e que recebeu a ordem de afastamento dada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), com muita “paciência e resiliência”.
"Estou consciente de que precisamos virar a página de nossa cidade, do nosso país, e que precisamos viver tempo de paz", disse.
Ibaneis disse, ainda, que se isolou da política durante o período de afastamento e que se dedicou à convivência com a família e os funcionários de seu escritório de advocacia. “Foram dias de martírio, mas felizes”, completou.
Ao final do pronunciamento, o governador reempossado no cargo afirmou que vai visitar as regiões administrativas do Distrito Federal, como Ceilândia e Gama, para conversar com a população. E agradeceu Celina Leão pelo trabalho enquanto esteve afastado do cargo.
Ibaneis segue investigado pelo STF
O afastamento de Ibaneis Rocha foi revogado por Moraes na tarde desta quarta (15) com a alegação de que o governador não estaria “buscando obstaculizar ou prejudicar os trabalhos investigativos, ou mesmo destruindo evidências”.
Mesmo retornando ao cargo, o governador continua como investigado no inquérito que apura os atos de vandalismo no DF. Na decisão, Moraes apontou que "a medida cautelar poderá, de ofício ou a pedido das partes, voltar a ser decretada, se sobrevierem razões que a justifiquem".
Na época do afastamento, o ministro disse que havia suspeita de conivência e indícios de influência nas “graves falhas na atuação dos órgãos de segurança pública do Distrito Federal”.
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