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Jair Bolsonaro, deixa a 76ª Sessão da Assembleia Geral da ONU na sede das Nações Unidas.| Foto: EFE/EPA/John Minchillo/Pool

As declarações do presidente Jair Bolsonaro sobre pandemia de Covid-19 e meio ambiente foram os pontos mais destacados pela imprensa internacional na cobertura do discurso do presidente na 76.ª Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU), nesta terça-feira (21).

A agência americana Bloomberg noticiou que o presidente usou seu discurso para tentar melhorar a imagem do Brasil no exterior, prejudicada devido à "políticas erráticas do governo" em relação ao meio ambiente e enfrentamento da Covid-19.

A publicação salientou o tom "relativamente moderado" de Bolsonaro, mencionando o esforço do presidente para atrair investimentos estrangeiros ao país. Também citou a fala em que ele diz ser a favor da vacinação voluntária, mas contra passaportes sanitários que exigem certificação de vacinação contra Covid-19 – como o que está em vigor na cidade de Nova York.

A Reuters também enfatizou o "tom conciliador" do discurso do presidente brasileiro. "Os comentários de Bolsonaro na terça-feira sobre o meio ambiente foram atenuados consideravelmente em relação aos comentários anteriores antes da reunião anual de líderes mundiais", diz a reportagem da agência de notícias, citando, por outro lado, que o desmatamento da floresta amazônica no Brasil aumentou nitidamente desde que Bolsonaro assumiu o governo.

O jornal britânico The Guardian salientou o trecho do discurso em que o presidente falou sobre tratamento precoce contra a Covid-19, afirmando se tratar de medicamentos sem eficácia comprovada cientificamente. O New York Times adotou a mesma linha, dizendo que o presidente defendeu o uso de drogas ineficazes para tratar a doença.

O jornal americano também contrapôs o presidente brasileiro quando ele enalteceu as leis ambientais do país e a preservação florestal, afirmando que o governo Bolsonaro "enfraqueceu a aplicação das leis ambientais e esvaziou as agências responsáveis por aplicá-las".

Imprensa internacional deu destaque a Bolsonaro antes do discurso

Não foram apenas as declarações do presidente na Assembleia Geral da ONU que ganharam atenção da imprensa internacional. O fato de Bolsonaro dizer que ainda não se vacinou contra Covid-19 também foi amplamente noticiado.

Vários jornais reproduziram a conversa entre Bolsonaro e Boris Johnson, em que o primeiro-ministro do Reino Unido disse que tomou duas doses do imunizante da AstraZeneca. Bolsonaro, em resposta, afirmou que ainda não recebeu a vacina, mas que desenvolveu “excelente” imunidade após contrair a doença.

A fotografia em que o presidente aparece comendo pizza na calçada de um restaurante de Nova York também correu o mundo, sendo reproduzida em sites de jornais como Daily Mail, South China Morning Post, Der Spiegel, La Nación, além de vários jornais e canais de TV americanos.

A cena foi atribuída ao fato de Bolsonaro não estar vacinado contra a Covid-19, já que a legislação da cidade exige comprovante de vacinação para refeições dentro dos restaurantes. Alguns veículos, como Washington Post, The Sun e Reuters salientaram em suas reportagens que Bolsonaro é cético em relação às vacinas contra Covid-19.

Também gerou repercussão a declaração do prefeito de Nova York, o democrata Bill de Blasio, que disse na segunda-feira (20) ao presidente brasileiro para não ir à Assembleia Geral da ONU em Nova York se não estivesse vacinado. “Precisamos enviar uma mensagem a todos os líderes mundiais, incluindo mais notavelmente o Bolsonaro do Brasil, que se você pretende vir para cá, você precisa ser vacinado”, disse o democrata.

Na avaliação do jornal New York Post, a fala mostra a impotência do prefeito de Nova York diante dos líderes mundiais que não estão vacinados contra Covid-19, os quais não precisam da permissão do prefeito para participar do evento.

Já o jornal Washington Post salientou que, por não estar vacinado, Bolsonaro desafiou o "sistema de honra" estabelecido para evitar que a Assembleia Geral da ONU se transforme em um evento com capacidade para disseminar o coronavírus.

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