O presidente eleito do União Brasil há duas semanas, Antônio Rueda, teve a casa de praia incendiada na noite desta segunda (11) em Pernambuco. A residência da irmã dele, Maria Emília Rueda, tesoureira do partido, também foi alvo das chamas, e ambas estão localizadas na praia de Toquinho, próximo a Porto de Galinhas, no litoral Sul do estado.
De acordo com as primeiras informações, os incêndios ocorreram após Rueda registrar um boletim de ocorrência por ameaças. Ele estava em Miami, nos Estados Unidos, com a família, e voltou para o Brasil na madrugada desta terça (12). A família de Rueda disse “lamentar profundamente” o incêndio das duas casas e pediu à Polícia Civil de Pernambuco uma investigação “célere e rigorosa”.
“A família não descarta a possibilidade de um atentado motivado por questões político-partidárias. Antonio de Rueda e Maria Emília de Rueda confiam na minuciosa apuração dos fatos e afirmam que não irão se intimidar diante de qualquer ameaça”, disse o União Brasil em nota à Gazeta do Povo.
À CNN Brasil, Rueda disse que "é uma situação muito grave, pedi aos meus advogados para fazer as comunicações necessárias com as autoridades". O advogado Paulo Catta Preta, que representa Antônio Rueda, reiterou, no final da manhã, a suspeita de que o atual presidente do União Brasil, Luciano Bivar, teria ligação com o incêndio.
A motivação político-partidária citada pela família de Rueda se dá pela disputa pelo comando do partido com o atual presidente, Luciano Bivar, que chegou a cancelar a convenção que elegeu o novo mandatário. Dias depois, o parlamentar chegou a desautorizar o eleito por supostamente ter passado por cima do Estatuto e por “vícios na inscrição da chapa”.
A possibilidade de motivação política ainda foi citada pelo governador Ronaldo Caiado (União-GO), que atribuiu a Bivar a autoria do incêndio, segundo relatou à GloboNews e, no começo da tarde, pelas redes sociais. A Gazeta do Povo entrou em contato com a comunicação de Luciano Bivar e aguarda retorno.
Bivar disse ao jornal O Globo que ficou "surpreso" com o incêndio e que "eram duas casas velhas e desabitadas". "E parece que não havia apólice de seguro, a Polícia Civil está investigando". A afirmação, no entanto, contrasta com imagens veiculadas pela GloboNews ao vivo, com a perícia vistoriando as residências com estrutura nova.
Caiado afirmou que vai acionar Bivar no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por conta do incêndio e de supostas ameaças contra Rueda.
“Crime político, o cidadão é um desqualificado. Fez ameaças à família e ao novo presidente do partido, disse que ia matar. O partido fará uma representação junto ao TSE para que isso [o incêndio] seja investigado como crime político, e também vamos pedir a cassação do mandato do Bivar no Congresso”, disse Caiado, um dos principais nomes do União e que vem sendo especulado para disputar a sucessão presidencial em 2026.
Bivar respondeu a Caiado e o chamou de "pigmeu moral". "Tudo que ele puder fazer para beneficiar as mutretas do oportunista, como Bolsonaro já disse lá atrás, ele é capaz de fazer. Não é uma palavra que se leva em consideração. Eu não tenho nada a ver com isso", completou ao jornal O Globo.
A disputa pelo comando do União Brasil se dá também por conta do tamanho da bancada na Câmara, com 59 deputados, além de um fundo partidário de R$ 758 milhões durante a eleição de 2022. Em 2024, tem R$ 517 milhões.
O União Brasil surgiu da fusão entre o DEM e o PSL, partido que elegeu o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Rueda conseguiu o apoio da maioria dos parlamentares, dirigentes e do governador de Goiás, Ronaldo Caiado.
Já Bivar buscava se fortalecer entre a ala que veio do PSL, legenda que ele comandava antes da fusão. Em meio a disputa, Bivar chegou a acusar Rueda de usar a sigla “para fazer negócios".
A reportagem foi atualizada após contato do União Brasil à Gazeta do Povo.
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