Embate entre o deputado Tarcísio Motta (PSOL) e Domingos Sávio (PL) sobre indicação do Nikolas.| Foto: Ana Carolina Curvello/GP
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A indicação do deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) para o comando da Comissão de Educação não agradou membros do colegiado. Após a confirmação do nome, houve embate no plenário do colegiado entre deputados contrários a indicação e deputados da bancada do PL, enquanto aguardavam a instalação.

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Ao defender o nome do Nikolas aos jornalistas, o deputado Domingos Sávio (PL-MG) foi interrompido pelo deputado Tarcísio Motta (PSOL-RJ) que disse lamentar a indicação do deputado mineiro para o cargo.

“Teve todo o debate do Plano Nacional de Educação no ano passado, e não houve uma vez que o deputado Nikolas se posicionasse para discutir os temas da Educação. Esse é o problema. E o PL tem excelentes nomes para isso, não se trata de uma questão partidária. O PL está no seu direito de escolher o presidente da comissão, o que incomoda é o fato de fazer da cadeira um palco”, disse Motta ressaltando que vários partidos do centrão se incomodam com isso.

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Em resposta ao deputado Motta, Sávio disse que a indicação de nomes “sem experiência em determinado tema” é “natural” na Casa. “Você não tem um deputado atuando numa comissão, que é designado presidente, pelo seu histórico de atuação dele no tema, até porque as comissões são escolhidas pelos partidos - em função de uma regra de proporcionalidade”, disse Sávio.

O parlamentar mineiro ressaltou ainda que a “responsabilidade política” de Nikolas acaba sendo maior porque ele foi eleito com mais de 1,5 milhão de votos. “Isso é uma responsabilidade enorme. É indiscutível que o Nikolas é um talento, e não podemos desprezar os talentos. Além disso, a educação é um berço do estímulo aos talentos. ele pode divergir dos outros, mas isso não diminui o talento dele”.

Outros deputados do PL também saíram em defesa da indicação do Nikolas durante o embate no plenário, como Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), Lincoln Portela (PL-MG) e Bia Kicis (PL-DF).

Portela cobrou “respeito a indicação”e disse que é importante ter “paciência e compreensão para esperar as coisas acontecerem”. “Nikolas será o presidente. Vamos desarmar e ter cultura de paz para esperar que ele faça o seu trabalho”.

Já Sóstenes defendeu que Nikolas atuará com “imparcialidade”. “Todos duvidavam da minha atuação na vice-presidência da Câmara por eu ser bolsonarista. Tenho certeza que ele terá o equilíbrio de sentar com o vice que vai ser do PT para construir em conjunto e buscar um consenso para as pautas. Ele terá muito a aprender”, declarou.

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A deputada Bia Kicis também mencionou que quando foi presidente da CCJ não assumiu lado. “Quando o presidente senta na cadeira, ele não pode ter posição e isso é pra todos. Se ele fizer isso, inviabilizará à comissão dele nós como partido, vamos ter que chamá-lo”, disse.

A instalação das comissões estava prevista para essa terça-feira, mas devido aos embates entre os partidos, acabou sendo adiada devido ao início da ordem do dia no Plenário da Casa.