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O ministro Jorge Messias, da Advocacia-Geral da União (AGU), afirmou nesta quinta-feira (21) que o pedido de indiciamento contra o ex-presidente Jair Bolsonaro e mais 36 pessoas por suposta tentativa de golpe é uma "resposta contra os ataques à democracia". O relatório do indiciamento, que está sob sigilo, foi entregue ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
"A notícia de indiciamentos pela PF do ex-mandatário e de integrantes do núcleo de seu governo pela prática dos crimes de abolição violenta do Estado democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa, oferece ao país a possibilidade de concretizar uma reação eficaz aos ataques à nossa Democracia, conquista valiosa e indelével do povo brasileiro", disse.
Essa não foi a primeira vez que o ministro da AGU se posicionou a favor da investigação contra o ex-presidente Bolsonaro. Em agosto deste ano, Jorge Messias saiu em defesa do ministro Alexandre de Moraes, após trocas de mensagens entre servidores do STF e do TSE, obtidas pela Folha de S. Paulo, mostrarem que o gabinete de oraes teria ordenado informalmente à Justiça Eleitoral a produção de relatórios contra apoiadores de Bolsonaro e comentaristas de direita para embasar decisões do ministro em inquéritos em andamento na Corte.
Messias defendeu Moraes afirmando que “suas decisões contaram com a fundamentação e regularidade próprias de uma conduta honesta, ética e colaborativa que merece nossa admiração e apoio”. Agora, o ministro enaltece o trabalho da PF e o inquérito que apura suposta tentativa de golpe.
Após o recebimento do relatório nesta quinta (21), Moraes deve submetê-lo à Procuradoria-geral da República (PGR) que terá duas semanas para decidir se concorda com os pedidos de indiciamento, pede arquivamento ou indica novas diligências.
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) criticou o pedido de indiciamento feito pela Polícia Federal contra ele. Para o ex-mandatário, a PF usou a “criatividade” para indiciá-lo. Ele ressaltou que vai aguardar que seus advogados tenham acesso ao documento.
A PF acusa o grupo de ter cometido os crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa. Segundo apurou a Gazeta do Povo, para a PF, Bolsonaro sabia do suposto planejamento de um golpe de Estado e das ações que vinham sendo articuladas para que isso acontecesse.