O interventor da segurança do Distrito Federal, Ricardo Cappelli, confirmou nesta sexta (13) que a Corregedoria da Polícia Militar (PM-DF) já está apurando o que seria uma "conduta inadequada" de agentes escalados para conter o avanço de manifestantes que culminou com a invasão e depredação das sedes dos Três Poderes em Brasília, no último domingo (8). A informação do recebimento de denúncias circulou ao longo da semana a partir de vídeos postados em redes sociais, e foi citada pela Polícia Civil do DF na noite de quarta (12), pelas redes sociais.
A Gazeta do Povo tentou contato com a Corregedoria, mas a PM-DF informou que ninguém iria se pronunciar e nem confirmaria o andamento das investigações.
Cappelli disse que a PM-DF começou a abrir os inquéritos para apurar “condutas inadequadas” ainda no domingo (8), sem que ele, como interventor, precisasse tomar a iniciativa. “A Polícia Militar do Distrito Federal está machucada pelo que aconteceu na noite do dia 8”, disse lembrando que, apesar da conduta de alguns agentes, ele próprio viu também policiais que “estavam no campo defendendo a democracia [mesmo] machucados, cortados, trabalhando bravamente”.
“O momento do país exige muito equilíbrio, e eu tenho afirmado e continuo reafirmando, que tenho plena confiança na Polícia Militar, nos homens e mulheres valorosos da Polícia Militar do Distrito Federal. São os mesmos homens que garantiram uma operação exemplar no dia 1º de janeiro, no dia da posse do presidente Lula. A corporação não mudou do dia 1º para o dia 8”, disse o interventor durante uma solenidade realizada no Ministério da Justiça em homenagem às forças policiais.
Ricardo Cappelli também afirmou que toda a operação de retomada dos prédios invadidos que ele esteve foi acompanhada pelo coronel Klepter Rosa, ao seu lado “honrando as tradições e hierarquia da Polícia Militar”. Um dia depois, Klepter assumiu o cargo de comandante-geral da PM-DF no lugar de Fabio Augusto Vieira, que foi exonerado em um dos primeiros atos de intervenção e preso preventivamente na terça (10) a pedido do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF) – Vieira era o responsável pela operação de segurança no dia dos protestos.
A fala de Cappelli foi logo emendada por um pronunciamento do ministro Flávio Dino, que também saudou a atuação das forças na posterior contenção das invasões, e disse que a intervenção federal decidida pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não foi um ato contra as corporações – em especial a PM-DF, a quem estava demandada a segurança da Esplanada dos Ministérios.
“Foi um ato em apoio às corporações de segurança e do sistema de justiça do Distrito Federal. O que nós desejamos é que essa intervenção, como dito no próprio decreto presidencial, seja temporária e o mais breve quanto possível”, afirmou.
Apesar de confirmar o andamento da investigação interna na PM-DF, Cappelli e Dino não informaram quantos policiais estão no alvo da Corregedoria.
Maior operação já realizada pelas forças policiais
Durante a solenidade de homenagem às forças policiais que atuaram na contenção ao protesto do fim de semana, Cappelli e Dino ressaltaram o tamanho da operação montada pelas autoridades para dar vazão à demanda de detidos e processos abertos para apurar as responsabilidades dos manifestantes.
“Temos acentuado que foi provavelmente uma das maiores prisões em flagrante da história do planeta”, disse Flávio Dino sem citar quais outras operações semelhantes com uma grande quantidade de prisões poderiam ser usadas a título de comparação. Ao todo, mais de 1.500 pessoas foram detidas entre domingo (8) e segunda (9) no protesto e no acampamento montado em frente ao Quartel-General do Exército.
Ao que o interventor completou citando a operação montada pela polícia na custódia dos detentos na Academia Nacional de Polícia (ANP), para onde foram levados para triagem, no transporte do acampamento, “dias incansáveis de trabalho diuturno, comandado pelo coronel Klepter por todos os homens da Polícia Militar”.
Andrei Rodrigues, diretor-geral da Polícia Federal, afirmou que a operação de investigação que vem sendo realizada desde o fim de semana foi uma união de forças que demonstra que “cada instituição, dentro da sua atribuição legal, a gente é muito forte. E essa é uma visão que eu tenho a respeito desse processo de segurança que só dessa maneira que a gente vai conseguir enfrentar todos os desafios que nós temos”.
Punição para não prevaricar
Ainda na solenidade, o ministro da Justiça afirmou que o governo tem, agora, o desafio de investigar e punir os responsáveis pela depredação do patrimônio público durante os protestos, sob o risco de também cometer um crime ao não apurar as causas e autores dos atos.
“Nós temos que levar isso adiante não por vingança, não por retaliação, mas porque a lei manda. E se nós não fizermos isso, estaremos cometendo crime, condescendência criminosa, prevaricação, e assim sucessivamente. E, nesta sala, não há nenhum candidato à perpetração de crime, e isso é necessário para a prevenção de novos eventos dessa natureza”, completou Flávio Dino.
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