A Polícia Federal cumpre, na manhã desta quarta-feira (27), 29 mandados de busca e apreensão no âmbito do inquérito do Supremo Tribunal Federal (STF) que investiga a produção de fake news contra a Corte. As ações foram autorizadas pelo ministro Alexandre de Moraes, relator do inquérito.
Entre os alvos estão apoiadores do presidente Jair Bolsonaro. Veja a lista:
- Edgard Corona, dono da rede de academias Smart Fit;
- Luciano Hang, dono da Havan;
- Roberto Jefferson, ex-deputado federal;
- Douglas Garcia (PSL-SP), deputado estadual;
- Allan dos Santos, blogueiro;
- Sara Winter, ativista;
- Winston Rodrigues Lima, militar reformado e coordenador de atos pró-Bolsonaro;
- Marcelo Stachin, apoiador do presidente;
- Marcos Dominguez Bellizia, do Nas Ruas;
- Rey Bianchi, humorista;
- Edson Pires Salomão, assessor do deputado Douglas Garcia;
- Eduardo Fabris Portella;
- Enzo Suzi Momenti;
- Rafael Moreno;
- Paulo Gonçalves Bezerra;
- Rodrigo Barbosa Ribeiro, assessor do deputado Douglas Garcia;
- Otávio Oscar Fakhoury;
- e Bernardo Kuster, youtuber que costuma elogiar Bolsonaro em seus vídeos.
Os mandados foram cumpridos no Distrito Federal, no Rio de Janeiro, em São Paulo, no Mato Grosso, no Paraná e em Santa Catarina. No caso de Hang, Jefferson e Allan dos Santos, as buscas foram realizadas em suas residências em Santa Catarina, no Rio e em Brasília, respectivamente.
Já as buscas envolvendo o deputado Douglas Garcia, que incluem seus assessores Edson Pires Salomão (presidente do Movimento Conservador) e Rodrigo Barbosa Ribeiro, foram feitas em seu gabinete na Assembleia Legislativa de São Paulo.
A operação mira o grupo que é suspeito de disseminar informações falsas contra autoridades, além de possíveis financiadores do esquema. Luciano Hang, o empresário Edgard Corona, dono da rede de academias Smart Fit estariam os supostos patrocinadores. Eles tiveram o sigilo bancário e fiscal quebrado na mesma decisão.
Deputados são convocados a depor
Além das ações de busca e apreensão, o ministro Alexandre de Moraes também determinou que sejam ouvidos deputados bolsonaristas. A lista de deputados federais tem Bia Kicis (PSL-DF), Carla Zambelli (PSL-SP), Filipe Barros (PSL-PR) e Luiz Phillipe de Orleans e Bragança (PSL-SP).
Também foram incluídos Daniel Silveira (PSL-RJ), Cabo Junio Amaral (PSL-MG), além dos deputados estaduais por São Paulo Douglas Garcia (PSL) e Gidelvanio Santos Diniz (PSL), conhecido como "Carteiro Reaça".
Segundo a determinação, os depoimentos devem ocorrer nos próximos dez dias. O ministro também determinou que as postagens dos deputados nas redes sociais sejam preservadas.
Consultado, o Procurador-Geral da República, Augusto Aras, se manifestou contra a realização das buscas. Aras concordou, apenas, com a requisição do armazenamento de dados de postagens e de informações cadastrais dos usuários investigados, além da realização de oitivas.
Alvos da operação criticam STF e citam liberdade de expressão
À Rádio Bandeirantes, o ex-deputado Roberto Jefferson confirmou a operação e voltou a atacar o STF. "A Corte está perseguindo o presidente. Ele precisa dissolver o Supremo", afirmou. O celular de Jefferson não foi levado porque não estava em posse do ex-deputado, que afirma ter esquecido o aparelho na casa da sogra. No Twitter, a ativista Sara Winter afirmou que a polícia apreendeu seu celular e seu notebook.
O deputado estadual Douglas Garcia afirmou, também no Twitter, que o inquérito é inconstitucional e que há uma perseguição por parte do STF. "Eu posso criticar quem eu quiser. (...) Isso apequena a PF porque o STF está perseguindo os conservadores", disse, em vídeo.
O empresário Luciano Hang disse, em uma live no Facebook, que "jamais" produziu fake news contra os ministros do STF. Afirmou, ainda, que estava apenas exercendo sua liberdade de expressão.
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