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Atual diretor-geral da Abin, Luiz Fernando Corrêa foi diretor-geral da PF no segundo mandato de Lula
Atual diretor-geral da Abin, Luiz Fernando Corrêa foi diretor-geral da PF no segundo mandato de Lula| Foto: Lula Marques/ Agência Brasil

Membros da atual gestão da Agência Brasileira de Investigações (Abin), sob o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), teriam dificultado o acesso de policiais federais que cumpriam buscas na sede do órgão na quinta-feira (25), segundo informações apuradas pela imprensa.

Ainda antes de a operação nas dependências da Abin vir à público, o diretor-geral, Luiz Fernando Corrêa, convocou uma reunião interna da cúpula da agência, segundo o jornal “Folha de S.Paulo”. Naquele momento, por volta de 11h, o despacho do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes que autorizava a ação da Polícia Federal (PF), ainda estava sob sigilo.

Para a PF, haveria indício de “conluio” entre a atual gestão da Abin e servidores que atuaram no governo passado e estão sob investigação, o que a agência nega. Ainda na quinta-feira, três agentes que participaram da reunião foram convocados a depor.

No encontro, Corrêa teria criticado as unidades da Abin que prestaram apoio à investigação da Controladoria-Geral da União (CGU) e da PF sobre irregularidades na agência e referiu-se ao grupo como “bandalha”, segundo divulgou a colunista Natália Portinari, do “UOL”, a partir de depoimentos colhidos por policiais.

Indicado por Lula à Abin, Corrêa foi diretor da PF entre 2007 e 2011, no segundo mandato do atual mandatário, e secretário Nacional de Segurança Pública do Ministério da Justiça, entre 2003 e 2007, no primeiro mandato do presidente.

Durante a realização das buscas na sede do órgão, membros da equipe de Corrêa teriam negado acesso a policiais federais ao Centro de Inteligência Nacional, onde ficam arquivos com informações sobre todos os monitoramentos já realizados. De acordo com a colunista Bela Megale, do jornal “O Globo”, o argumento dos agentes foi de que a decisão proferida por Moraes era “genérica”.

A PF teria, então, solicitado ao ministro do STF um novo mandado de busca na Abin. Emitido enquanto a operação se desenrolava, o documento detalha o alcance das buscas, citando, inclusive, a possibilidade de prisão em flagrante para quem criasse dificuldades à investigação.

Só então os policiais conseguiram ter acesso às pastas virtuais com os dados sobre os alvos de monitoramento durante o governo de Jair Bolsonaro (PL).

Ao todo, foram cumpridos 21 mandados de busca e apreensão em endereços de Brasília, Juiz de Fora (MG), São João del Rei (MG) e Rio de Janeiro. A ação incluiu o apartamento funcional e o gabinete do deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), que foi diretor geral da Abin no governo Bolsonaro.

A operação foi desencadeada a partir de investigações que apuram o uso de forma ilegal por parte de servidores da Abin de ferramentas de geolocalização de celulares e tablets para monitorar políticos, juízes, entre outras pessoas, sem autorização judicial.

Em nota, a Abin declarou que “há 10 meses a atual gestão vem colaborando com inquéritos da Polícia Federal e do Supremo Tribunal Federal sobre eventuais irregularidades cometidas no período de uso de ferramenta de geolocalização, de 2019 a 2021. A Abin é a maior interessada na apuração rigorosa dos fatos e continuará colaborando com as investigações”.

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