Integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) invadiram nove áreas em Pernambuco no final de semana e promovem, nesta segunda-feira (17) até o dia 21 de abril, uma série de protestos pelo país como parte da Jornada Nacional de Luta pela Terra e pela Reforma Agrária
O movimento divulgou uma nota sobre as invasões em Pernambuco, que ocorreram no Grande Recife, Zona da Mata, Agreste e Sertão e informou que são localidades que já haviam sido desapropriadas pelo estado ou tinham dívidas com o poder público. Entre as áreas ocupadas, consta um terreno pertencente a Embrapa, em Petrolina, e uma terra de responsabilidade da Usina Santa Tereza.
A Embrapa Semiárido divulgou uma nota, nesta segunda-feira (17), informando que a invasão do MST “foi realizada em terras agricultáveis e de preservação da Caatinga”. "A ação do MST é ‘inaceitável’, já que as terras são patrimônio do governo brasileiro, produtivas e destinadas ao uso exclusivo da Embrapa Semiárido para o desenvolvimento de pesquisas e geração de tecnologias voltadas à melhoria da qualidade de vida de populações rurais”, disse a empresa. Na nota, a Embrapa afirmou que está adotando as medidas cabíveis para solucionar a situação.
O MST tentou se justificar dizendo que as áreas ocupadas não cumprem a função social e que ate o momento, mais de 2,8 mil famílias participaram das ações no fim de semana. Ainda de acordo com o movimento, as ocupações são uma forma de cobrar do governo o assentamento dessas famílias. Além da reforma agrária, o MST reivindica investimento para agricultura familiar e acesso à crédito para a produção de mais alimentos.
As superintendências regionais do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) em Porto Alegre e em Belo Horizonte, também foram alvo de protestos e invasões, nesta segunda-feira (17). Na capital mineira, os sem-terra exigem a demissão do superintendente Batmaisterson Schmidt, que foi indicado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro. No Rio Grande do Sul e Minas Gerais, os prédios públicos seguem ocupados. Ações similares acontecem também em outros Estados.
No Ceará, cerca de 800 trabalhadores e trabalhadoras Sem Terra ocuparam a sede do INCRA, na avenida José Bastos em Fortaleza. Eles reivindicam a imediata reestruturação do INCRA, a criação de uma força tarefa para colocar em cena o debate da Reforma Agrária, demanda de infra estrutura para os assentamentos, regularização de novos cadastros, a retomada do Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária (Pronera), desapropriação de áreas para fins de Reforma Agrária, entre outras.
Na última sexta-feira (14), o coordenador nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), João Pedro Stédile, afirmou que as invasões de terra serão mantidas e devem ocorrer "não só em abril", como nos próximos meses do ano. Stédile integrou a comitiva oficial do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em viagem à China.
A Frente Parlamentar do Agronegócio (FPA) no Congresso Nacional solicitou que autoridades federais e do estado de São Paulo iniciem uma investigação criminal e ações administrativas contra o coordenador do João Pedro Stédile. A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) também acionou o Supremo Tribunal Federal (STF) para barrar invasões de propriedades rurais por parte do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).
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