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O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), anunciou nesta sexta-feira (6) que a PEC do voto impresso será remetida ao plenário para apreciação dos 513 deputados. Lira justificou a medida com a argumentação de que o tema polarizou a sociedade e que, portanto, é necessário ouvir a opinião de todos os deputados, não apenas de uma comissão. Ainda não há uma data confirmada para a realização da votação.
"O voto impresso está pautando o Brasil", disse Lira, no pronunciamento em que comunicou sua decisão, ao apontar a necessidade de se superar o assunto. O parlamentar declarou também que considera a votação pelo plenário a "expressão da democracia" e que o resultado será uma "decisão inquestionável".
Segundo Lira, a decisão de levar a PEC do voto impresso para o plenário garante a tranquilidade para as próximas eleições. "Para que possamos trabalhar em paz até janeiro de 2023, vamos levar o voto impresso para o plenário para que todos os parlamentares possam decidir, estes que foram eleitos pelo voto eletrônico, diga-se de passagem”, disse, antes de afirmar em seguida que "o plenário será o juiz dessa disputa". "Não contem comigo para um movimento que macule a independência e a harmonia entre os poderes", acrescentou.
Na quinta-feira (5), a comissão especial que discutia o assunto rejeitou o relatório do deputado Filipe Barros (PSL-PR), o que poderia enterrar a iniciativa. A proposta de Barros previa, entre outros aspectos, que a apuração dos votos se daria de forma exclusivamente manual, e com cada urna tendo seus votos contabilizados nas próprias seções.
O projeto que será analisado agora pelos deputados é um relatório de autoria do deputado Raul Henry (MDB-PE). Para que seja aprovado pela Câmara, precisa receber no mínimo 308 votos, em dois turnos diferentes de votação. Se aprovado, seguirá para o Senado.
O "voto impresso", como a medida tem sido chamada, é uma proposta defendida pelo presidente Jair Bolsonaro e seus apoiadores. O chefe do Executivo tem feito repetidas críticas às urnas eletrônicas e diz que a disputa de 2018, que ele venceu, foi fraudada. Bolsonaro alega que deveria ter vencido em primeiro turno. Desde o ano passado Bolsonaro afirma ter "provas" sobre as falhas no sistema, mas ainda não as apresentou.