Os irmãos Joesley e Wesley Batista, responsáveis pela empresa J&F e conselheiros da JBS, fizeram ao menos cinco visitas fora da agenda ao Palácio do Planalto antes da reunião que tiveram com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em maio deste ano, segundo informações da Folha de S.Paulo. Nas visitas que fizeram à sede do Executivo, Wesley e Joesley Batista tiveram reuniões com ministros e autoridades próximas ao mandatário brasileiro.
De acordo com as informações divulgadas pelo jornal Folha de S. Paulo, obtidas através da Lei de Acesso à Informação (LAI), duas visitas tiveram como anfitrião Celso Amorim, assessor para assuntos especiais e chanceler de fato do presidente Lula. Nas reuniões com Amorim, os motivos foram descritos como "visita de cortesia e temas de interesse da instituição".
Em outras duas ocasiões, os irmãos Batista se encontraram com Marcus Cavalcanti, secretário do Programa de Parceria e Investimento (PPI). De acordo com a Casa Civil, os encontros com Cavalcanti ocorreram com a intenção dos empresários fazerem uma "apresentação da carteira de investimentos do grupo no Brasil e exterior".
Uma quinta visita, que teria sido feita apenas por Joesley, o Planalto e os ministérios localizados no prédio não detalharam com quem o empresário teria se reunido. Os encontros revelados pela Folha de S. Paulo indicam ainda uma reaproximação de Lula com os irmãos Batista.
Neste ano, Wesley e Joesley estiveram ao lado do petista para uma reunião no dia 27 de maio, também no Palácio do Planalto. O encontro contou com a presença do ministro da Agricultura, Carlos Fávaro (PSD), o CEO da JBS, Gilberto Tomazoni, e outros representantes do setor alimentício, como Marcos Molina, da BRF/Marfrig.
Os empresários também acompanharam Lula em uma viagem que o petista fez à China em março do ano passado. Já em abril deste ano, mandatário fez uma visita a uma uma indústria de processamento de carne da JBS na qual contou com a presença de Wesley e Joesley.
Os irmãos Batista foram alvos da Operação Lava Jato em 2017 e, desde então, haviam sido afastados do conselho administrativo da JBS. Os empresários retornaram ao conselho da empresa neste ano, após o ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), suspender uma multa de R$ 10,3 bilhões que estava em um acordo de leniência firmado com o Ministério Público Federal, no âmbito da Operação Greenfield.
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