Ouça este conteúdo
O deputado federal Isnaldo Bulhões (MDB-AL) afirmou nesta quarta-feira (11) que diverge do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), quando ele disse que será difícil aprovar os projetos do pacote de cortes de gastos do governo federal.
Lira afirmou aos jornalistas que a Câmara tem o interesse de avançar na votação das propostas econômicas, no entanto, ele mencionou que “não há acerto de votos” e os assuntos são polêmicos e “árduos”. “Vamos ter dificuldade para votar”, reforçou Lira.
“Tenho uma visão diferente do Lira, ter voto ou não depende da construção do texto, da conversa na politica, de ouvir as pessoas e tentar buscar o texto ideal. O texto bom é aquele que é possível de ser aprovado e dê o resultado à sociedade que o legislador e o governo pretende”, declarou Bulhões em entrevista à CNN Brasil.
Bulhões foi designado relator do Projeto de Lei 4614/24, que impõe novos limites para o reajuste do salário mínimo e critérios mais rígidos para a concessão do benefício de prestação continuada (BPC). A proposta é uma das medidas que mais tem sido criticada pela oposição e até mesmo dentro do PT.
O deputado ressaltou que vai buscar um texto de consenso para garantir os votos necessários. “Essa matéria não tem como não ser alvo de um relatório que venha seguido de um substitutivo. Acho que a gente tem que discutir, maturar pra realmente a gente ver se tem voto ou não, tanto da base do governo como da oposição”, declarou o emedebista.
De acordo com o deputado, ainda é cedo para fazer qualquer avaliação sobre a proposta, mas destacou que irá discutir com o governo e outros deputados possíveis alterações no texto.
“Por óbvio, a discussão para a modificação do texto vai ser levada em consideração, o texto tem que trazer um pouco de leveza, mas também com responsabilidade de corrigir o que é possível dentro da proposição. Vamos trazer o arcabouço para a correção do salário mínimo, fazer com que os direitos do beneficio continuado, eles sejam garantidos a quem realmente tem direito, dar segurança a esses benefícios”, informou Bulhões.
Acerca da votação da proposta ainda este ano, Bulhões disse que são necessários “esforços internos e externos” e que isso dependerá do decorrer das votações nos próximos dias, antes do recesso parlamentar que inicia no dia 20 de dezembro.
“Vamos fazer o possível para aprovar o conjunto das matérias, no que diz respeito a segurança fiscal, ainda neste ano, mas isso depende de todos esforços internos e externos. Temos pouco tempo. Fácil não é. Temos que encontrar dentro da possibilidade um texto favorável para ser votado”, declarou.