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Frederico Meyer
Embaixador do Brasil em Tel Aviv diz que residentes, principalmente parentes de vítimas, pediram repatriação. Mesa: indicado para o cargo de Embaixador do Brasil em Israel (MSF 17/2023), Frederico Salomão Duque Estrada Meyer, em pronunciamento. Foto: Geraldo Magela/Agência Senado| Foto: Geraldo Magela/Agência Senado

O embaixador do Brasil em Israel, Frederico Meyer, disse nesta sexta (13) que brasileiros que residem no país também pediram ajuda ao governo para serem resgatados em meio aos conflitos deflagrados último final de semana. De acordo com ele, a lista de cidadãos cadastrados chega a cerca de 3 mil nomes, enquanto que o Ministério das Relações Exteriores afirmou há dias que são 2,7 mil – 494 já foram resgatados em três voos.

Segundo o diplomata, entre os brasileiros residentes em Israel que pediram a repatriação estão parentes de vítimas dos conflitos, como a mãe de Bruna Valeanu, que morreu no festival de música eletrônica que foi invadido por integrantes do Hamas, no sábado (7).

“Passei a manhã quase toda conversando com a mãe da Bruna, que morreu assassinada, e ela quer ir embora. Ela já reside em Israel há seis ou oito anos, mas, por razões óbvias, ela não quer mais ficar”, disse Meyer em entrevista à GloboNews.

Além de Bruna, também morreram nos ataques o jovem Ranani Glazer, de 23 anos, e Karla Stelzer, de 42 anos, confirmada pelo embaixador na manhã desta sexta (13). Ela estava desaparecida desde o fim de semana e também participava do festival de música eletrônica.

Embora alguns dos brasileiros residentes tenham expressado o desejo de serem repatriados, Frederico Meyer explicou que o governo adotou prioridades para o resgate, sendo os não residentes em primeiro – principalmente aqueles que não tem condições de comprar uma passagem na aviação comercial –, cadeirantes, idosos, grávidas e lactantes.

Frederico Meyer confirmou, ainda, a presença de brasileiros abrigados em uma escola católica em Gaza que aguardam o resgate através do Egito, e que será negociada na reunião do Conselho de Segurança da ONU na tarde desta sexta (13). O ministro Mauro Vieira, das Relações Exteriores, já conversou com as autoridades egípcias para que a fronteira entre os dois países seja aberta com segurança para a passagem de ônibus que levarão os cidadãos ao Cairo.

Ainda é preciso desta autorização do governo egípcio para o resgate por conta das condições de segurança da passagem entre Gaza e o Egito. A única cidade em que a saída é possível, Rafah, ao Sul do território, foi severamente bombardeada, e o governo egípcio mantém o posto de segurança de fronteira fechado por receio, entre outros motivos, de que militantes do Hamas se infiltrem entre os refugiados durante a saída de Gaza.

A situação se tornou ainda mais delicada na última madrugada, após o exército israelense anunciar uma nova ofensiva ao território palestino, em que pediu que todos os civis deixem o local até o final da tarde desta sexta (13).

Após a autorização, o grupo de 22 brasileiros deve embarcar em dois ônibus que já foram alugados pelo Escritório de Representação em Ramala, e serão sinalizados com a bandeira brasileira para que as forças israelenses evitem bombardear. Segundo o governo, as autoridades egípcias já estão com a lista de cidadãos e seus devidos documentos para autorizar a passagem pelo posto de controle fronteiriço.

Apesar do cenário de conflito vivido na região, Frederico Meyer afirmou que a rotina está começando a voltar ao normal em Tel Aviv, sem a ativação de sirenes de alerta para mísseis. O embaixador conta que as pessoas começaram a voltar às ruas, “os restaurantes estavam fechados e recomeçaram a abrir, lojas, a cidade começou a ter seu movimento de novo”.

“O meu primeiro posto foi o Iraque, e as imagens que aparecem na TV são sempre dramáticas. Mas, a gente que vive nas cidades muitas vezes nem toma conhecimento dessas situações, são muito localizadas. Eu tenho ido trabalhar diariamente na embaixada, todo mundo indo trabalhar”, completou.

O conflito entre Hamas e Israel já fez mais de 2,8 mil vítimas desde sábado (7), quando o grupo terrorista empreendeu um amplo e violento ataque contra alvos civis. Em resposta, o primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu, declarou guerra com um forte contra-ataque ao território palestino.

Os ataques feitos pelo Hamas são os piores sofridos por Israel em 50 anos. O grupo é considerado terrorista pelos Estados Unidos e parte dos países que formam a União Europeia.

A facção controla a Faixa de Gaza desde 2007, pregando a destruição de Israel por “ataques crescentes” contra os palestinos na Cisjordânia. Na manhã desta sexta (13), o grupo anunciou que 13 reféns já foram mortos desde o início dos conflitos.

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