Tanto o presidente israelense quanto o Museu do Holocausto do país rebateram neste sábado (13) as declarações de Jair Bolsonaro de que o holocausto "nós podemos perdoar, nós não podemos esquecer". As falas do mandatário brasileiro foram feitas na última quinta-feira (11), em um encontro com lideranças evangélicas no Rio de Janeiro.
"Fui mais uma vez no Museu do Holocausto. Nós podemos perdoar, nós não podemos esquecer. E é minha essa frase. Quem esquece o passado está condenado a não ter futuro. Se nós queremos repetir a história, que não foi boa, vamos evitar com ações e com atos para ela realmente não se repita daquela forma", declarou o presidente brasileiro, relembrando a visita feita ao memorial no último 2 de abril. Na ocasião, ele disse ainda que o nazismo, responsável pelo extermínio de mais de 6 milhões de judeus durante a Segunda Guerra Mundial, era um movimento de esquerda.
Mesmo sem se referir diretamente a Bolsonaro, o presidente de Israel, Reuven Rivlin, postou duas mensagens no Twitter sobre a tema.
"O que Amalek [nação descrita religiosamente como eterna inimiga dos judeus] fez contra nós está inscrito em nossa memória. Nós sempre vamos nos opor aqueles que negam a verdade ou aqueles que desejam expurgar a nossa memória - não indivíduos ou grupo, não líderes partidários ou primeiros-ministros. Nós nunca iremos perdoar e nunca iremos esquecer", afirmou ele na primeira mensagem.
"O povo judeu sempre vai lutar contra o antissemitismo e a xenofobia. Líderes políticos são responsáveis por moldar o futuro. Historiadores descrevem o passado e pesquisam o que de fato aconteceu. Nenhum deve pisar no território do outro", complementou.
Segundo o jornal Hareetz, o Museu do Holocausto, que já havia divergido de Bolsonaro sobre o nazismo, dizendo que se trata na verdade de um movimento de extrema-direita, também se posicionou sobre a fala do presidente brasileiro.
"Nós discordamos da fala do presidente brasileiro de que o holocausto pode ser perdoado. Não cabe a ninguém determinar se os crimes do holocausto podem ser perdoados", afirmou o centro de memória, em um comunicado.
Defesa de representante israelense no Brasil
Na contramão, Yossi Shelley, embaixador de Israel no Brasil, afirmou em um post de Facebook que Bolsonaro em nenhum momento "mostrou desrespeito ou indiferença pelo sofrimento judeu".
"Não vingarão aqueles que desejam levantar suspeições sobre as palavras de um grande amigo do povo e governo de Israel", completou o diplomata.
Assista à fala de Bolsonaro
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