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O Itamaraty divulgou uma nota do governo brasileiro, nesta segunda-feira (14), condenando a invasão israelense à uma base da missão de paz da ONU no sul do Líbano (Unifil, na sigla em inglês).
A invasão foi divulgada neste domingo (13), após a ONU acusar as Forças de Defesa de Israel (FDI) de colocarem em perigo seus soldados depois de três pelotões de tropas israelenses terem atravessado a Linha Azul e voltarem a violar a resolução 1701 do Conselho de Segurança das Nações Unidas.
Israel admitiu a invasão depois de sofrer um ataque do Hezbollah e enquanto tentava evacuar os soldados feridos. “Uma revisão inicial mostrou que um tanque do Exército que estava tentando evacuar soldados feridos enquanto ainda estava sob fogo recuou vários metros em direção a um posto da Unifil. Durante o incidente, o Exército não representou perigo para as forças da ONU", informaram as Forças de Defesa de Israel (FDI).
Na nota, o Ministério das Relações Exteriores destaca que "ataques deliberados contra integrantes de missões de manutenção da paz e instalações da ONU são absolutamente inaceitáveis e constituem grave violação do Direito Internacional, do Direito Internacional Humanitário e das resoluções do Conselho de Segurança da ONU".
"Como tradicional participante de forças de paz da ONU, incluída a UNIFIL, cuja força-tarefa marítima foi liderada por militares brasileiros entre 2011 e 2021, o Brasil repudia as violações sistemáticas verificadas nos últimos dias”, escreveu o Itamaraty em nota.
De acordo com informações do Itamaraty, "dois tanques destruíram o portão principal e invadiram uma base da UNIFIL, onde ficaram 45 minutos, e disparos a tiros foram realizados nas proximidades". "Trata-se do terceiro dia com registros de ataques de forças israelenses a integrantes ou instalações da UNIFIL desde a semana passada. Cinco integrantes da missão de paz foram feridos nesses ataques", complementou.
Por fim, o governo brasileiro, além de reiterar a "necessidade urgente de cessação das hostilidades", também "deplora manifestação do governo israelense, na qual apela pela retirada da UNIFIL do sul do Líbano".
"A missão de paz foi estabelecida em 1978 pelo Conselho de Segurança e atua desde então na manutenção da paz e da segurança no sul do Líbano. A missão apoia o governo do Líbano na restauração de sua autoridade na área; facilita o retorno de civis deslocados; presta assistência humanitária; e busca garantir que a área não seja usada por grupos armados", conclui o Itamaraty.