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Reunião de coordenação entre Itamaraty, Ministério da Defesa e FAB sobre operação de repatriação de brasileiros no Líbano.
Reunião de coordenação entre Itamaraty, Ministério da Defesa e FAB sobre operação de repatriação de brasileiros no Líbano.| Foto: Valter Campanato/ Agência Brasil

O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, informou nesta quinta-feira (3) as ações do governo federal para a repatriação dos brasileiros que estão no Líbano, em meio à guerra no Iraque. O anúncio foi feito após uma reunião de coordenação do Itamaraty com o ministro da Defesa, José Múcio, e o comandante da Aeronáutica, Marcelo Damasceno.

Vieira destacou que “tem trabalhado além das horas para atender a colônia brasileira que vive no Líbano. “São número grandes, são cerca de 20 mil brasileiros que vivem no Líbano, há pessoas que estão de passagem. A embaixada vem desde outubro do ano passado mantendo contato específicos para fazer levantamentos de toda comunidade brasileira e de agosto para cá começou a sondar a repatriação”, explicou.

De acordo com o ministro das Relações Exteriores, a operação será similar a que foi feita no ano passado com relação aos brasileiros que estavam na Palestina, Faixa de Gaza e Israel. “Quase 1.600 cidadãos brasileiros foram repatriados em uma ação conjunta com o Ministério da Defesa e a Aeronáutica”, disse Vieira.

O plano que possibilitou a repatriação de brasileiros após o início da guerra em Israel foi estabelecido durante a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). A Gazeta do Povo apurou com membros e ex-integrantes do Itamaraty que a embaixada brasileira em Israel tinha um plano muito básico de contingência, que foi atualizado durante o mandato presidencial anterior, e seguido pelos diplomatas da atual gestão.

Já o ministro da Defesa, José Múcio, destacou que essa nova operação era aguardada a qualquer momento. “Estamos preparados para amanhã, sobre a orientação do MRE, para executarmos o nosso primeiro voo ao Líbano e a partir dai vamos ver como vamos operar”.

O brigadeiro Damasceno informou que a aeronave KC30 já está em Lisboa, apenas aguardando autorização para pousar em Beirute, nesta sexta-feira (4), por volta das 16 horas no horário local (10h no horário de Brasília). A previsão, segundo ele, é que o voo retorne para a Lisboa depois para abastecimento e siga direto ao Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo.

Riscos de bombardeios

Na coletiva de imprensa, os ministros foram questionados sobre a segurança do retorno dos brasileiros em meio à intensificação dos bombardeios ao redor do Aeroporto de Beirute.

O ministro Vieira garantiu que “se houver algum episódio que não permita aterrisagem o voo poderá ser adiado”. Ele disse que tem mantido constantes encontros com autoridades do Líbano, Portugal e das relações exteriores da Síria para examinar todas as possibilidades. “Evidentemente, que antes do início da operação tudo será avaliado. Pesquisamos alternativas com países da região para garantir o sucesso da operação e a segurança da comunidade brasileira”, declarou.

Em relação ao cessar-fogo, o ministro reforçou que o Brasil mantém uma “posição positiva e muito forte pedindo a cessação das hostilidades e libertação dos reféns”. “Fizemos inúmeros contatos e reafirmamos a posição imediata de um cessar-fogo e a evacuação de nacionais”, disse.

Critérios para a repatriação

Sobre os critérios para a repatriação, o ministro Vieira destacou que seguirá os critérios determinados por lei. “Em primeiro lugar, serão os brasileiros não residentes e depois brasileiros residentes. E por lei, os prioritários são idosos, mulheres, gestantes, crianças, pessoas com deficiências, doentes e com base nisso e disponibilidades dos lugares organizamos as listas”, informou.

Vieira também mencionou que não será levado em conta os critérios financeiros, mas caso haja brasileiros com condições financeiras de sair por meios próprios, poderão vir pelas companhias aéreas, a depender da escolha de cada e com prioridades aos casos mais evidentes.

Já o ministro da Defesa reforçou que trata-se de uma “operação humanitária” e por isso não estão “tomando nenhum posicionamento político”.

“Queremos trazer os brasileiros que querem sobreviver. Temos que ver os obstáculos, desafios e dificuldades que estão sendo apresentadas”, disse.

De acordo com o brigadeiro Damasceno, a expectativa é trazer cerca de 500 pessoas por semana, tendo em vista que a capacidade do avião é de 220 pessoas. “O número pode variar de acordo com a capacidade dos aviões e possíveis desistência de familiares”, disse o comandante da Aeronáutica.

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