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Eleições nos EUA

Itamaraty silencia sobre vitória de Trump, mas fala de mísseis da Coreia do Norte

Lula e Mauro Vieira
Lula e o ministro Mauro Vieira, das Relações Exteriores, que não se pronunciou a mais de 24 horas depois de confirmada a vitória de Trump na eleição americana. (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

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Mais de 24 horas depois da eleição de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos, o Ministério das Relações Exteriores do Brasil (Itamaraty) segue em silêncio em reconhecer a vitória. Embora o próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) já tenha parabenizado o republicano, ainda não há uma posição institucional do governo brasileiro sobre o resultado das eleições americanas.

A vitória de Trump foi confirmada pela imprensa dos Estados Unidos na manhã de quarta (6), e Lula se pronunciou pouco depois, perto das 9h, pelas redes sociais ao chegar ao Palácio do Planalto. Havia a expectativa de que o Itamaraty publicaria um comunicado no mesmo dia, o que não aconteceu até o final da manhã desta quinta (7).

A Gazeta do Povo procurou o Itamaraty e a Casa Civil para explicarem se haverá algum comunicado institucional por parte do governo e aguarda retorno. A Secretaria de Comunicação (Secom) se limitou a responder com a mensagem de Lula sobre a vitória de Trump nas redes sociais.

Mísseis da “República Popular Democrática da Coreia”

Por outro lado, o Itamaraty não demorou a se pronunciar sobre o lançamento de mísseis balísticos pela Coreia do Norte nos dias 31 de outubro e 5 de novembro. O primeiro foi de longa trajetória intercontinental, enquanto que o segundo foi de curto alcance.

“Os lançamentos violam resoluções do Conselho de Segurança das Nações Unidas (CSNU), que exigem que a RPDC [Coreia do Norte] cesse todas as atividades relacionadas a seu programa de mísseis balísticos. O Brasil lembra que somente o engajamento político e diplomático permitirá alcançar o objetivo de uma península coreana estável, pacífica e livre de armas nucleares”, disse o Itamaraty em nota publicada no final da tarde desta quarta (6).

A chancelaria brasileira não usa o nome Coreia do Norte, e sim “República Popular Democrática da Coreia”. “Insta, além disso, os atores envolvidos a se absterem de qualquer ação que possa agravar as tensões na região e a retomarem a via do diálogo para a desnuclearização da península coreana”, completou.

Além de ter se pronunciado sobre os mísseis norte-coreanos, o Itamaraty também emitiu notas na quarta (6) sobre a abertura de relações comerciais de produtos com o Peru e Singapura.

Na nota em que parabenizou Trump pela vitória nos Estados Unidos, Lula desejou "sorte e sucesso ao novo governo". "Meus parabéns ao presidente Donald Trump pela vitória eleitoral e retorno à presidência dos Estados Unidos. A democracia é a voz do povo e ela deve ser sempre respeitada", disse.

O vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) também seguiu o pragmatismo de Lula e desejou que o novo governo "seja um período de promoção da paz, do desenvolvimento econômico e social, e de ainda maior ampliação da parceria entre Brasil e EUA".

Por outro lado, a presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann (PT-PR), saiu ao ataque e afirmou que a eleição de Trump à presidência dos Estados Unidos é um "sinal de alerta para o campo democrático no mundo todo".

"A polarização se mantém como uma realidade e temos de nos preparar para enfrentá-la também aqui no Brasil, onde a extrema direita já se assanha com o resultado. [...] Temos de fortalecer o campo da democracia em nosso país, mas principalmente dar respostas concretas às necessidade e expectativas do povo, que não cabem na receita neoliberal que o mercado quer impor ao governo e ao país", disparou.

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