Mais de 24 horas depois da eleição de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos, o Ministério das Relações Exteriores do Brasil (Itamaraty) segue em silêncio em reconhecer a vitória. Embora o próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) já tenha parabenizado o republicano, ainda não há uma posição institucional do governo brasileiro sobre o resultado das eleições americanas.
A vitória de Trump foi confirmada pela imprensa dos Estados Unidos na manhã de quarta (6), e Lula se pronunciou pouco depois, perto das 9h, pelas redes sociais ao chegar ao Palácio do Planalto. Havia a expectativa de que o Itamaraty publicaria um comunicado no mesmo dia, o que não aconteceu até o final da manhã desta quinta (7).
A Gazeta do Povo procurou o Itamaraty e a Casa Civil para explicarem se haverá algum comunicado institucional por parte do governo e aguarda retorno. A Secretaria de Comunicação (Secom) se limitou a responder com a mensagem de Lula sobre a vitória de Trump nas redes sociais.
Mísseis da “República Popular Democrática da Coreia”
Por outro lado, o Itamaraty não demorou a se pronunciar sobre o lançamento de mísseis balísticos pela Coreia do Norte nos dias 31 de outubro e 5 de novembro. O primeiro foi de longa trajetória intercontinental, enquanto que o segundo foi de curto alcance.
“Os lançamentos violam resoluções do Conselho de Segurança das Nações Unidas (CSNU), que exigem que a RPDC [Coreia do Norte] cesse todas as atividades relacionadas a seu programa de mísseis balísticos. O Brasil lembra que somente o engajamento político e diplomático permitirá alcançar o objetivo de uma península coreana estável, pacífica e livre de armas nucleares”, disse o Itamaraty em nota publicada no final da tarde desta quarta (6).
A chancelaria brasileira não usa o nome Coreia do Norte, e sim “República Popular Democrática da Coreia”. “Insta, além disso, os atores envolvidos a se absterem de qualquer ação que possa agravar as tensões na região e a retomarem a via do diálogo para a desnuclearização da península coreana”, completou.
Além de ter se pronunciado sobre os mísseis norte-coreanos, o Itamaraty também emitiu notas na quarta (6) sobre a abertura de relações comerciais de produtos com o Peru e Singapura.
Na nota em que parabenizou Trump pela vitória nos Estados Unidos, Lula desejou "sorte e sucesso ao novo governo". "Meus parabéns ao presidente Donald Trump pela vitória eleitoral e retorno à presidência dos Estados Unidos. A democracia é a voz do povo e ela deve ser sempre respeitada", disse.
O vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) também seguiu o pragmatismo de Lula e desejou que o novo governo "seja um período de promoção da paz, do desenvolvimento econômico e social, e de ainda maior ampliação da parceria entre Brasil e EUA".
Por outro lado, a presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann (PT-PR), saiu ao ataque e afirmou que a eleição de Trump à presidência dos Estados Unidos é um "sinal de alerta para o campo democrático no mundo todo".
"A polarização se mantém como uma realidade e temos de nos preparar para enfrentá-la também aqui no Brasil, onde a extrema direita já se assanha com o resultado. [...] Temos de fortalecer o campo da democracia em nosso país, mas principalmente dar respostas concretas às necessidade e expectativas do povo, que não cabem na receita neoliberal que o mercado quer impor ao governo e ao país", disparou.
Bolsonaro e mais 36 indiciados por suposto golpe de Estado: quais são os próximos passos do caso
Bolsonaro e aliados criticam indiciamento pela PF; esquerda pede punição por “ataques à democracia”
A gestão pública, um pouco menos engessada
Projeto petista para criminalizar “fake news” é similar à Lei de Imprensa da ditadura
Triângulo Mineiro investe na prospecção de talentos para impulsionar polo de inovação
Investimentos no Vale do Lítio estimulam economia da região mais pobre de Minas Gerais
Conheça o município paranaense que impulsiona a produção de mel no Brasil
Decisões de Toffoli sobre Odebrecht duram meses sem previsão de julgamento no STF