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Primeira-dama

Janja diz que tem papel de “articuladora” de Lula com “total autonomia”

Janja
Primeira-dama afirma que que tem o desejo de "reformular" o papel de primeira-dama no país e atuar politicamente. (Foto: Enrique Garcia Medina/EFE)

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A primeira-dama Rosângela Lula da Silva, conhecida como Janja, diz que está redefinindo o papel das primeiras-damas no Brasil. Em uma entrevista recente à BBC, Janja afirmou que tem “papel de articuladora” no governo e recebe “total autonomia” do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para atuar.

Janja expressou o desejo de reformular o tradicional papel de primeira-dama já desde a época da campanha eleitoral, se recusando a ser vista como a esposa que “recebe chás de caridade” e visita instituições filantrópicas. Ela ressaltou o papel de articuladora de políticas públicas, destacando que tanto ela quanto Lula podem falar para diferentes públicos em espaços distintos, quando necessário.

“Meu papel é de articuladora, que fala sobre políticas públicas. Nós podemos estar em espaços diferentes e falando para diferentes públicos quando necessário. Desde a campanha eu dizia que queria reformular esse papel de primeira-dama, da esposa que recebe chás de caridade e visita instituições filantrópicas. Esse não é o meu perfil”, afirmou.

A primeira-dama lembrou um episódio em que viajou sem o presidente para visitar comunidades impactadas pelas enchentes no Rio Grande do Sul, enfrentando críticas por supostamente ultrapassar limites, já que não foi eleita para nenhum cargo político.

Sobre sua atuação, Janja afirmou que Lula dá a ela “total autonomia para eu fazer o que faço. Essa linha de hierarquia não existe entre mim e meu marido”. Ela expressou surpresa com a persistência, no século XXI, das discussões sobre o papel das primeiras-damas.

Janja defendeu a importância de quebrar estereótipos, destacando a necessidade de não se encaixar em padrões pré-estabelecidos e ter liberdade para agir como desejar. “Trata-se de romper essa caixa em que as primeiras-damas são sempre obrigadas a estar. Trata-se de não ter essa caixa. Poder fazer o que quiser”, completou.

A participação ativa de Janja na política chama a atenção desde o início do terceiro governo de Lula. Além da viagem ao Rio Grande do Sul no ano passado, em que substituiu o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB), ela também influenciou em decisões políticas do presidente, como a revogação de uma medida do ministro Fernando Haddad, da Fazenda, que propunha taxar compras online internacionais até US$ 50.

Mais recentemente, no final de março,Janja participou ativamente da visita do presidente francês Emmanuel Macron ao Brasil, acompanhando a comitiva em uma visita ao Pará e o lançamento do submarino Tonelero, no Rio de Janeiro. Foi ela quem batizou a embarcação a convite da Marinha.

Lula já elogiou a atuação de Janja em diversas ocasiões, destacando-a como uma “agente política” desde sua época na prisão em Curitiba. Ele enfatizou que ela não precisa de cargo para ser importante e que tem uma compreensão significativa da governança do país.

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