Ouça este conteúdo
A primeira-dama, Rosângela Lula da Silva, a Janja, reclamou das críticas ao seu protagonismo e revelou o desejo de ter um gabinete próprio no Palácio do Planalto. Apesar da influência sobre o presidente, que tem sido criticada até por aliados, Janja ainda não conseguiu um gabinete de onde possa despachar formalmente.
“Falam muito de eu não ter um gabinete, mas precisamos recolocar essa questão. Nos EUA, a primeira-dama tem. Tem também agenda, protagonismo, e ninguém questiona. Por que se questiona no Brasil? Vou continuar fazendo o que acho correto. Sei os limites. Eu quero saber das discussões, me informar, não quero ouvir de terceiros”, disse Janja durante entrevista concedida ao jornal O Globo, neste domingo (5).
A primeira-dama também reclamou da falta de mulheres no governo, mas considerou normal a demissão de ministras. Com menos de um ano de governo, Lula já demitiu as ministras do Turismo, Daniela Carneiro, e do Esporte, Ana Moser.
Recentemente, a presidente da Caixa também foi substituída por um homem para acomodar um aliado do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), em troca de apoio.
“Já nos recusamos a sair na foto como cota. Na transição, falamos de mais mulheres nos ministérios. Isso de alguma forma foi atendido. Passamos (ela e Lula) os fins de semana a sós e conversamos muito. Às vezes, a gente tem umas discussões um pouco mais assim… fortes. Mas é isso. Tivemos duas perdas (de mulheres) no governo”, afirmou Janja.
Durante a entrevista, a primeira-dama também fez um ensaio fotográfico com diferentes looks assinados por estilistas brasileiros e demonstrou sua preocupação com os animais de estimação, inclusive durante os atos do 8 de janeiro.
“O meu desespero era porque as cachorras estavam no hotel. Liguei para lá e disse: ‘Saiam daí com as cachorras’. Tinha muito medo do que poderia acontecer com elas”, afirmou. Janja também manifestou angústia com a situação dos pets na guerra de Israel contra o Hamas, no Oriente Médio.
A primeira-dama contou que questionou Lula sobre a busca dos animais afetados pela guerra. “Ele falou com o comandante da FAB (Força Aérea Brasileira), e no dia seguinte já estavam os pets no avião. Mas acho que já estavam olhando para isso”, disse.