A primeira-dama Rosângela da Silva, conhecida como Janja, utilizou a estrutura da TV Brasil para fazer uma live na tarde desta terça (7) para promover ações do governo federal no enfrentamento à violência contra a mulher. O próprio PT já havia criticado a prática durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Janja apresentou o programa “Papo de Respeito”, transmitido pelo YouTube, com a participação da ministra Cida Gonçalves, das Mulheres, e da atriz Luana Xavier. Janja ocupa o Gabinete de Ações Estratégicas em Políticas Públicas, cargo ainda a ser oficializado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), mas que já conta com um espaço próprio no terceiro andar do Palácio do Planalto.
Logo no começo da live, Janja citou a promessa feita por Lula durante a campanha eleitoral de recriar o Ministério das Mulheres, o que efetivamente acabou ocorrendo logo após a posse. “Uma das peças-chave da campanha do presidente Lula foi a recriação do Ministério das Mulheres”, disse.
A apresentação seguiu como um bate-papo sobre o enfrentamento à violência contra a mulher até que Janja questionou Cida Gonçalves sobre “como é que a gente está trabalhando a nível de política pública, como a gente está trabalhando essa rede de proteção”.
Cida citou algumas ações do governo federal, como investimentos na Casa da Mulher Brasileira que “nasceu em 2013 com a presidenta Dilma [Rousseff, PT], e é resultado de uma análise da política que nasceu com o presidente Lula”, entre outros anunciados nesta quarta (8), em cerimônia no Palácio do Planalto.
Críticas ao uso da TV pública
A transmissão dividiu opiniões nas redes sociais e foi duramente criticada por movimentos sociais, entre eles o Movimento Brasil Livre (MBL). Em uma postagem no Twitter, disse que “a EBC custava R$ 1 bi por ano, dava traço de audiência e empregava a companheirada. Bolsonaro chamou de TV Lula e prometeu privatizar. Não privatizou. Volta Lula, EBC segue estatal, agora com a Janja apresentando”.
Em 2021, um grupo de deputados federais do PT apresentou uma notícia-crime ao Supremo Tribunal Federal (STF) contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL, sem partido na época) por ter usado a TV Brasil para uma live.
Em uma nota à Gazeta do Povo, a Empresa Brasil de Comunicação (EBC) disse que cumpre o contrato de prestação de serviços firmado com a Secretaria de Comunicação Social (Secom), e que o acordo "inclui transmissões ao vivo, a partir de demanda definida pela Secom".
"Ressaltamos ainda que a primeira-dama não é apresentadora de nenhum programa da grade da TV Brasil. A transmissão foi ao ar via internet, nos perfis em redes sociais da TVBrasilGov", completou a EBC.
No começo do ano, o ministro da Secretaria de Comunicação Social (Secom), Paulo Pimenta, disse que fará um "amplo debate" sobre uma possível reestruturação da EBC. De acordo com ele, o governo pretende retomar os dois canais de televisão que tinha antes da unificação, sendo a NBR - TV governamental responsável por divulgar as ações do governo, e a TV Brasil um canal independente. “Nós queremos oferecer ao país uma proposta a nossa EBC”, disse.
Pelas redes sociais, a primeira-dama disse que "nosso primeiro Papo de Respeito está acontecendo! Uma conversa importante e cheia de informações sobre enfrentamento à violência contra as mulheres". No entanto, não comentou o uso da estrutura da TV pública para a realização de lives sobre ações do governo.
O PT também não comentou a realização da live. No entanto, retuitou um post do presidente Lula sobre a transmissão na conta oficial do partido no Twitter.
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