Segundo reportagem publicada neste sábado (28) pelo jornal O Globo, o deputado federal André Janones (Avante-MG) teria admitido em seu livro "Janonismo cultural: o uso das redes sociais e a batalha pela democracia no Brasil", onde contam os bastidores da eleição presidencial de 2022, que utilizou notícias falsas para “desestabilizar Bolsonaro”, na época o principal oponente do atual presidente, Lula (PT).
O Globo, que diz ter tido acesso ao livro com publicação prevista para 20 de novembro, descreve uma série de atitudes controversas adotadas no período eleitoral por Janones, que desistiu de sua candidatura para apoiar Lula à corrida presidencial.
Em um dos relatos do livro, o parlamentar menciona que Janones nunca esteve com o celular de Gustavo Bibiano, ex-ministro de Bolsonaro, em mãos, e que teria inventado a informação de que Fernando Collor de Mello seria ministro de Bolsonaro, caso reeleito.
O Globo relata ainda que em um dos capítulos o parlamentar afirma que inventou a história sobre o celular de Bibiano e que a informação foi propagada pouco antes do último debate televisionado antes do segundo turno com o objetivo de atingir Bolsonaro emocionalmente.
Bibiano foi secretário-geral da Presidência no início do governo de Bolsonaro, mas deixou a função poucos meses após assumir o cargo. Em março de 2020, Bibiano morreu após sofrer um ataque cardíaco. Desde então, haviam rumores de que em seu aparelho celular haveriam dados e informações que poderiam comprometer membros do governo, informação nunca confirmada.
Ainda segundo o jornal, na publicação Janones afirma que até ele se surpreendia com a “capacidade de mexer com eles", ao se referir ao grupo apoiador do ex-presidente.
Sobre Collor, o deputado teria confirmado que lançou a notícia depois que circulou a informação que José Dirceu seria chamado por Lula a ocupar cargo de alto escalão de seu governo. Em outro trecho veiculado pelo jornal, atribuído ao livro de Janones, o deputado teria descrito que “ele (Collor) realmente seria ministro de Jair Bolsonaro? Eu sei lá. Mas uma vez que ele apoiou Jair Bolsonaro, poderia muito bem ser. Ele iria confiscar benefícios como a aposentadoria? Não sei, mas ele confiscou as poupanças quando foi presidente".
Segundo o veículo, o livro traz, ainda, a descrição de outros episódios controversos, como o de atribuir a Paulo Guedes, então ministro da Economia de Bolsonaro, a afirmação de que reduziria o valor das aposentadorias, e de como se deu a confusão entre ele e o ex-ministro de Meio Ambiente de Bolsonaro (o hoje deputado federal Ricardo Salles) nos bastidores de um debate televisionado entre os candidatos à presidência.
No X (antigo Twitter) Janones disse neste sábado que a “reportagem mente”, que nela não existe a menção de páginas em que ele teria feito alegações que comprovam o uso de fake news e que não há falas suas entre aspas admitindo o uso de notícias falsas.
Esquerda tenta mudar regra eleitoral para impedir maioria conservadora no Senado após 2026
Falas de ministros do STF revelam pouco caso com princípios democráticos
Sob pressão do mercado e enfraquecido no governo, Haddad atravessa seu pior momento
Síria: o que esperar depois da queda da ditadura de Assad
Triângulo Mineiro investe na prospecção de talentos para impulsionar polo de inovação
Investimentos no Vale do Lítio estimulam economia da região mais pobre de Minas Gerais
Conheça o município paranaense que impulsiona a produção de mel no Brasil
Decisões de Toffoli sobre Odebrecht duram meses sem previsão de julgamento no STF