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Conselho de Ética

“Contribuições espontâneas”: Janones reclama de perseguição e minimiza rachadinha

Além do processo no Conselho da Câmara, que pode resultar na cassação do mandato do parlamentar, André Janones (Avante-MG) é alvo de um inquérito aberto no STF (Foto: Pablo Valadares/Câmara dos Deputados)

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Ao se defender das acusações de “rachadinha” no âmbito do processo instaurado no Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara, o deputado federal André Janones (Avante-MG) minimizou as acusações e disse que, na verdade, as contribuições dos assessores eram voluntárias. O deputado também reclamou de “perseguição política”.

“As acusações de ‘rachadinha’ foram feitas com base em um áudio editado e descontextualizado, não de um parlamentar com seus assessores, mas de um grupo político, que visava se fortalecer para disputar eleições, não se tratava de devolver salários, mas de contribuições espontâneas, com a participação do parlamentar, sem qualquer obrigação ou valores definidos, como fica claro no áudio apresentado”, afirma Janones.

O conteúdo da defesa do deputado foi divulgado nesta quarta-feira (24) pelo jornal Metrópoles.

O parlamentar também tentou associar as denúncias à família Bolsonaro para alegar que está sendo vítima de uma suposta “perseguição política”.

Janones cita uma ligação por vídeo em que o seu ex-assessor e autor das denúncias de rachadinha, Cefas Luiz, “comemorou” a repercussão do caso durante uma conversa com o ex-assessor do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), Fabrício Queiroz.

Em outro trecho a defesa, Janones pede o arquivamento do processo, já que o áudio com as gravações que indicam a prática de rachadinha em seu gabinete datam de antes do mandato em curso.

O relator do processo no Conselho de Ética é o deputado Guilherme Boulos (PSOL-SP).

Procurado pela Gazeta do Povo, o gabinete do deputado André Janones disse que "a matéria [do Metrópoles] tira de contexto um parágrafo [da defesa] onde existia a contextualização do áudio vazado e adulterado, onde no áudio fica claro que as contribuições eram espontâneas, visando próximas eleições, dos pretensos candidatos do grupo, que incluía o próprio Cefas (denunciante), que em 2020 foi candidato usando o sobrenome 'Janones', como consta na defesa prévia e no TSE".

"A conversa era sobre uma vaquinha com fins eleitorais, permitida pela legislação, que nunca aconteceu", finaliza a nota.

Além do processo no Conselho da Câmara, que pode resultar na cassação do mandato do parlamentar, Janones também é alvo de um inquérito aberto no Supremo Tribunal Federal (STF) a pedido da  Procuradoria-Geral da República (PGR).

Denúncias 

No ano passado, Janones foi alvo de uma série de denúncias de ex-assessores divulgadas pelo Metrópoles.

Na época, ao se defender, Janones disse que não se tratava da prática conhecida como “rachadinha”, mas de uma contribuição dos assessores para que ele conseguisse recuperar parte do seu patrimônio usado para custear a sua campanha à prefeitura de Ituiutaba (MG), em 2016.

Um dia depois da primeira reportagem com a denúncia, o jornal divulgou um novo áudio em que Janones pede a assessores para transferir parte do salário para sua conta como forma de criar um caixa para bancar campanhas eleitorais. A estimativa de Janones era de arrecadar R$ 200 mil.

Para Janones, as acusações são “fake news”. O deputado também culpou a “extrema-direita” pela disseminação da reportagem do Metrópoles, jornal com viés de esquerda.

Após a repercussão negativa, o deputado tentou minimizar o escândalo dizendo que os áudios teriam sido gravados quando ele ainda não havia assumido o cargo de deputado e, portanto, estaria conversando com pessoas que, oficialmente, ainda não haviam sido nomeadas em seu gabinete.

No dia 4 de dezembro do ano passado, o Metrópoles publicou outro trecho do áudio que contradiz a versão apresentada pelo deputado. No trecho divulgado, Janones aparece tratando de assuntos relativos ao exercício do mandato na mesma reunião em que pede parte dos salários dos funcionários para cobrir gastos com campanhas.

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