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O PSL oficializou a candidatura da deputada federal Joice Hasselmann (PSL-SP) para concorrer à prefeitura de São Paulo. “Eu sou a única opção à direita”, afirmou Joice, após ter seu nome aprovado por aclamação na convenção do partido que foi realizada na manhã desta segunda-feira (31), em São Paulo.
A vaga de vice na chapa continua em aberto. O nome mais cotado é o do economista Marcos Cintra, que Joice chamou de “meu posto Ipiranga”, parafraseando o apelido que o presidente Jair Bolsonaro deu ao ministro da Economia, Paulo Guedes. Cintra, nomeado por Bolsonaro secretário especial da Receita Federal, foi demitido em setembro do ano passado, após defender um imposto similar à CPMF. Ele é o atual coordenador-geral do plano de governo de Joice.
O deputado federal Luiz Philippe de Orléans e Bragança (PSL-SP) é outra opção. O descendente da família real se reuniu na última sexta-feira (28) com Joice e o presidente estadual do partido, Junior Bozzella. “Seria um bom vice? Não sei, a gente precisa conversar, decidir com o time todo, não vou decidir isso sozinha”, afirmou Joice.
Outra possibilidade para compor a chapa é o empresário paulistano Ivan Leão Sayeg, que é pré-candidato a vereador. Ele é herdeiro da Casa Leão Joalheria, apoiador de Sergio Moro e da Lava Jato, e irmão da joalheira Lydia Sayeg, que ficou famosa por participar do programa de TV "Mulheres Ricas".
Para montar o plano de governo, a candidata disse ter pedido ajuda e conversado com o ex-ministro da Justiça Sergio Moro e com o ex-governador do Paraná, Jaime Lerner, na área de urbanismo.
Sobre a coligação, Joice afirmou que negocia o apoio de partidos menores, mas que não está disposta a fazer “aliança com o diabo e lotear a prefeitura, um pedaço para cada um”. “Quero autonomia” reivindicou.
Propostas para educação e saúde
Ao apresentar seu plano de governo, a candidata criticou a o prefeito Bruno Covas (PSDB): “É um bom menino, mas é uma nulidade como prefeito”, atacou. “São Paulo precisa de uma mãe. Foram desleixados com São Paulo, se você sair do centro expandido a cidade está abandonada”, criticou.
Curada da Covid-19, a candidata afirmou que já está rodando a cidade para conversar com os moradores, de máscara e respeitando a distância social. Ela prometeu uma campanha enxuta que será pautada por três temas: combate à corrupção, capacidade de gestão e investimentos em tecnologia nas áreas da saúde e educação.
Ela pretende expandir o uso da telemedicina no SUS e implementar a educação em tempo integral, inclusive recorrendo parcialmente à educação à distância, por meio da compra de tablet da China ao custo de R$ 320 por aluno que deverão ser fornecidos por empresas parceiras.
Joice não quer Bolsonaro de volta ao PSL
Joice disse representar a “direita racional, a direita que pensa” que se opõe à “direita mais radical, que tem problemas em discordar”. “Essa direita mais xiita, eu quero trazer para cá”, acrescentou se referindo ao eleitorado bolsonarista.
Sobre a possível volta de Bolsonaro ao PSL, a candidata disse que o partido não fez nenhum convite ao presidente. “Acho que o presidente tem que ficar onde está. Comanda a Presidência da República. Quer ficar sem partido? Acho bom, fica sem partido e deixa o PSL trabalhar” disse.
O retorno de Bolsonaro incluiria como condição também a filiação ao PSL dos filhos Flávio e Carlos (ambos do Republicanos), desafetos de Joice. “Não quero sentar ao lado de quem cometeu rachadinha. Rachadinha é eufemismo para corrupção”, atacou Joice, se referindo à investigação que envolve o filho "01" na época em que era deputado estadual no Rio.
Quem é Joice Hasselmann
Natural de Ponta Grossa (PR), Joice Hasselmann, 42 anos, é jornalista e está em seu primeiro mandato na Câmara Federal, onde foi eleita pelo PSL com mais de 1 milhão de votos por São Paulo. Em fevereiro do ano passado foi escolhida por Bolsonaro para ser líder do governo, mas foi destituída do cargo em outubro, após um racha entre a ala bolsonarista e a encabeçada pelo presidente do partido, Luciano Bivar.