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Relato nas redes sociais

Jordy aponta “pesca probatória” em operação da PF e pede posicionamento de Lira e Pacheco

Deputado federal Carlos Jordy (PL-RJ) foi alvo da 24º Operação Lesa Pátria. (Foto: Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados)

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Após ter sido alvo da 24ª fase da Operação Lesa Pátria, desencadeada pela Polícia Federal, o deputado federal Carlos Jordy (PL-RS) publicou nesta sexta-feira (19) um vídeo nas redes sociais relatando a "visita inesperada" da PF em sua casa na manhã de quinta (18). Ele também explicou as "razões e justificativas do Judiciário" que estão "por trás" da investigação.

Jordy é apontado pelo subprocurador Carlos Frederico Santos, da Procuradoria-Geral da República (PGR), como integrante do “núcleo de financiadores e instigadores” dos atos de 8 de janeiro de 2023 que levaram à invasão e depredação das sedes dos Três Poderes, em Brasília.

O líder da oposição voltou a negar as acusações e disse que trata-se de uma "pesca probatória" da Justiça contra aqueles que "fazem oposição ao governo do PT ou criticam as ações do Supremo Tribunal Federal (STF). O termo "pescaria probatória", do inglês fishing expedition, trata-se de "uma procura especulativa, no ambiente físico ou digital, sem "causa provável", alvo definido, finalidade tangível ou para além dos limites autorizados".

Jordy conta que "foi acordado de uma forma desesperadora" às 6 horas da manhã. "Ninguém imagina como é acordar com alguém batendo desesperadamente na porta do seu quarto. Tomei um susto, abri a porta correndo e já estava a PF com um fuzil no meu rosto", disse.

A PF negou que tenha apontado um fuzil para Jordy, mas ele reafirmou que foi recebido por um delegado apontando a arma. "Já falo para desmentir a versão do diretor da PF de que foi operação padrão e que não houve invasão ou fuzil apontado para minha cara. Pelo contrário, eles pularam a janela da minha casa, que fica em um condomínio,sujaram a cadeira com o coturno do policial, subiram ao meu quarto e apontaram um fuzil", relatou o deputado carioca.

Na busca e apreensão feita na casa do parlamentar, por determinação do ministro Alexandre de Moraes, a PF pegou o telefone e passaporte de Jordy, e descartou a quantia de R$ 1 mil que ele tinha no cofre por "não ser uma grande quantia de dinheiro". Ele conta que os policiais não sabiam informar qual era o inquérito ou a investigação, e que diziam apenas que era "uma ordem sendo cumprida'.

"Fiquei indignado porque não faço nada de errado a não ser oposição ao governo e as minhas críticas ao STF, o que se tornou errado", declarou.

Ao descobrir que se tratava da Operação Lesa Pátria, Jordy disse que "causou mais indignação", e negou qualquer envolvimento com os atos de vandalismo do dia 8 de janeiro de 2023. "Quem me segue sabe que eu fiz críticas ao 8/1 porque foi lamentável o que aconteceu. E, até mesmo hoje, sentimos as consequências disso, porque serviu de justificativa para os abusos e totalitarismo que vêm sendo feito por ministros querendo colocar a peixa de golpistas para quem é da direita. Não tive relação e nunca incitei, nunca insuflei por manifestações e muito menos financiei", explicou.

Distorções e "adivinhologia"

Jordy também conta que depois de prestar depoimento à PF, ele entendeu "a associação e a ginástica" que estão tentando fazer contra ele. "Estão distorcendo uma mensagem e dizendo que havia conversas minhas orientando e sendo mentor do 8 de janeiro, além de incentivar o bloqueio de rodovias. Nessas horas a gente vê como a imprensa pode ser suja, não há nada que possa dizer que eu estava por trás. Há conversas que demonstram a fragilidade para tentar me imputar isso", disse.

De acordo com o deputado, a acusação "é um absurdo completo" e "não existe nenhum tipo de indício" que possa confirmar o seu envolvimento. "Estão querendo fazer uma associação de adivinhologia", declarou.

"É uma denúncia muito frágil para ensejar busca e apreensão contra um deputado federal, uma pesca probatória, a partir de uma intenção inicial para fazer diligência. Fazem a operação e querem colher novas suspeitas de outros possíveis crimes contra uma pessoa". E ainda complementou: "isso o que eles estão fazendo é fichinha com o que era feito na lava jato. Estão fazendo "caça as bruxas" e utilizando meios ilegais para fazer uma pesca probatória contra a oposição".

Parlamento desmoralizado

No vídeo, o deputado Carlos Jordy também lamentou a falta de posicionamento dos presidentes da Câmara, Arthur Lira, e do Senado, Rodrigo Pacheco, sobre a operação da PF e uma nova decisão do STF contra um parlamentar. Ele ainda ressaltou que "o parlamento está sendo desmoralizado e tratado igual lixo". ""Me envergonha não ver posicionamento oficial de Lira e Pacheco", disse.

"Estamos vivendo uma ditadura. Isso é muito grave e causa indignação, especialmente se nós não fizermos nada nesse momento. O sentimento da oposição e de deputados do Centro é de indignação e revolta porque foram longe demais. Antigamente, a PF ia na casa de pessoas que eram investigadas por corrupção e agora é por conta de mensagens que não tem nenhum tipo de indicio ou incitação", criticou Jordy.

Jordy criticou as "perseguições através da persecução penal" e o fato do ministro Alexandre de Moraes ser "a pessoa que é a vítima" e ainda "o juiz, acusador e o relator" em todos os inquéritos. "Faz tudo em uma figura só".

"O parlamento já está sendo fechado e o Senado que pode fazer algo está inerte, apesar de alguns senadores honrarem os seus mandatos. Essa escalada contra os deputados vem acontecendo muitas vezes. Tudo ao arrepio da lei. Ninguém quer revanche ou retaliação, queremos respeito ao Estado Democrático de Direito", declarou.

Segundo o deputado, a oposição pretende antecipar o retorno ao legislativo e irá se reunir na próxima semana para tratar sobre a operação da PF e as possíveis providências que irão tomar contra os "desmandos do STF".

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