Ao participar de um podcast do Partido dos Trabalhadores (PT) na Bahia, o ex-ministro de Lula e figura histórica do petismo, José Dirceu, defendeu que partidos de oposição ao governo Lula – ou que não “fecham” integralmente com as pautas do petista – estão se fortalecendo, e o PT precisa de uma “atualização política, teórica e de organização” para fazer frente a essas contraposições.
“Se nós analisarmos a situação da direita, não é só parlamentar e eleitoral, também diretório, territórios e militância, PP, Republicanos, PL, PSD, União Brasil, eles estão ficando fortes. Hoje o Brasil está muito politizado, e em disputa político-cultural. E a direita está ganhando”, disse o ex-ministro neste domingo (14) ao “Pod13 Bahia”.
Apesar da declaração que vincula os partidos à direita política, as legendas citadas são bastante diversas em seus posicionamentos e parte delas abrigam vários nomes da esquerda. Além disso, apesar de terem apoiado Jair Bolsonaro nas eleições de 2022, PP e Republicanos negociaram cargos para seus membros com o governo e costumam dar apoio a diversas pautas de interesse do Executivo. Das siglas citadas por Dirceu, o PL é atualmente o partido que faz oposição mais firme ao governo e que possui mais nomes alinhados à direita política.
“O PT vai fazer um congresso em 2025. Precisamos pensar como vamos fazer uma mudança no PT”, prosseguiu Dirceu. Em sua fala, o militante petista defendeu que o foco do partido deve ser a “disputa político-cultural e dos territórios” e voltar ao que foi o primeiro mandato de Lula na presidência da República, entre 2003 e 2006.
Para ele, a direita ocupou espaço devido ao “fundamentalismo religioso” e à “ocupação dos territórios por força dos partidos de direita”. “E nós recuamos. Vimos agora no primeiro de maio [de 2023]. Não houve uma mobilização nacional.”
O petista aproveitou o espaço para defender o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e criticar indiretamente a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, e outras figuras do partido que vêm fazendo frequentes ataques– alguns diretos, outro velados – às políticas econômicas de Haddad, sobretudo às tentativas de estabelecer metas fiscais mais rigorosas para as finanças do governo.
Recentemente Gleisi defendeu a manutenção das críticas e sustentou que é um “dever” do partido fazer “alertas”, mas que isso não significaria fazer oposição ao ministro. “É da nossa tradição”, disse Gleisi.
José Dirceu viu as críticas em série e a falta de apoio dos correligionários à pauta econômica de Haddad como “quase uma covardia”. “Outro papel do partido é sustentar o governo, apoiar o governo. Quando o governo apresenta uma política, nosso papel é apoiar. No caso do Haddad, é quase uma covardia não dar apoio total para ele para aprovar todas as medidas que ele queria. Porque todas as medidas que ele queria transformam o déficit zero num mal menor”, declarou.
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