O hacker Walter Delgatti foi condenado a 20 anos de prisão na Operação Spoofing, que investiga o vazamento de conversas de integrantes da Lava Jato, no episódio que ficou conhecido como “vaza jato”. A decisão foi proferida nesta segunda-feira (21) pelo juiz Ricardo Leite, da 10ª Vara Federal Criminal do Distrito Federal.
Delgatti foi condenado a 20 anos, 1 meses e 736 dias-multa por crimes diferentes, como: organização criminosa; lavagem e ocultação de bens; invasão de dispositivo informático de uso alheio com o fim de obter, adulterar ou destruir dados ou informações sem autorização expressa ou tácita do usuário do dispositivo; realizar interceptação de comunicações telefônicas, de informática ou telemática, ou quebrar segredo da Justiça, sem autorização judicial. Outros quatro envolvidos no caso também foram condenados.
"Seus ataques cibernéticos foram direcionados a diversas autoridades públicas, em especial agentes responsáveis pela persecução penal, além de diversos outros indivíduos que possuem destaque social, bastando verificar as contas que tiveram conteúdo exportado", escreveu o magistrado.
Leite fixou que Delgatti deve começar a cumprir a pena em regime fechado. No início de agosto, o hacker foi preso preventivamente durante a Operação 3FA, que apura a invasão de sistemas eletrônicos do Poder Judiciário. A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), dois ex-assessores da parlamentar e um auxiliar do técnico também foram alvos da operação.
Operação Spoofing
A Polícia Federal deflagou a Operação Spoofing em 2019, após a invasão por hackers do Telegram do ex-juiz da Lava Jato Sergio Moro. Após o ataque ao celular de Moro, o site The Intercept Brasil divulgou uma série de reportagens sobre conversas em aplicativo de mensagem atribuídas ao ex-juiz, ao ex-procurador Deltan Dallagnol e a outros membros da força-tarefa.
Na época, Delgatti, também conhecido como "Vermelho", foi preso junto com outros envolvidos no caso. Ele confessou à Polícia Federal que hackeou os celulares de Moro, de Dallagnol e de centenas de procuradores, juízes e delegados federais, além de jornalistas. Na decisão desta segunda, o juiz considerou o hacker como "líder da organização criminosa".
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