O juiz Marcelo Andrade Campos da Silva, da Justiça do Mato Grosso do Sul, determinou o pagamento de R$ 1,3 milhão ao major aposentado Sérgio Roberto de Carvalho, da Polícia Militar do estado, que ficou conhecido na Europa como “Pablo Escobar brasileiro”.
A decisão da 4ª Vara da Fazenda Pública de Campo Grande determinou, ainda, a necessidade do sequestro de bens e valores seguindo uma ordem da 14ª Vara Federal de Curitiba, referente ao período em que Carvalho forjou a própria morte na Espanha, entre os anos de 2011 e 2015.
Neste último ano em que estaria supostamente morto, o militar entrou com uma ação contra a agência do INSS no Mato Grosso do Sul pedindo uma revisão dos benefícios do período e o pagamento de R$ 516,6 mil. O caso tramitou no Superior Tribunal de Justiça e no Supremo Tribunal Federal até 2022, que negaram recurso da Previdência.
Com isso, o juiz Marcelo Andrade determinou o pagamento do valor ao traficante, atualizado para R$ 1,3 milhão. No entanto, em paralelo, o Ministério Público do Paraná pediu à Justiça Federal do Estado para sequestrar os bens do militar no montante devido “às atividades criminosas do ex-policial”.
Sérgio Roberto de Carvalho é suspeito de comandar uma organização criminosa especializada no tráfico de cocaína para a Europa, tendo mandado 45 toneladas da droga entre os anos de 2017 e 2019. Neste período, o militar aposentado teria lavado milhões de dólares em empresas de fachada.
Em 2020, a organização que ele comandava foi alvo da Operação Enterprise, que cumpriu 149 mandados de busca e apreensão e 66 mandados de prisão em 10 estados contra a organização, com o sequestro de aproximadamente R$ 400 milhões em bens do narcotráfico. Os mandados foram emitidos pela 14ª Vara Federal de Curitiba.
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