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A Justiça decidiu manter o antigo líder do Comando Vermelho (CV) Rogério Avelino da Silva, o Rogério 157, na Penitenciária Federal de Porto Velho, em Rondônia. A decisão ocorreu após um pedido do Ministério Público do Estado do Rio (MPRJ). Rogério 157 cumpre pena desde 2018 no presídio federal, entretanto, havia conseguido a autorização de transferência para o município do Rio, informou o jornal O Globo.
O MP recorreu da decisão da 6ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio (TJRJ) e obteve uma liminar da 2ª vice-presidência do TJ, assinado pela desembargadora Suely Lopes Magalhães. A volta do chefe do tráfico havia sido autorizada em meio a uma forte onda de violência no estado. A decisão do 6ª Câmara Criminal foi criticada pelo secretário-executivo do Ministério da Justiça, Ricardo Cappelli, que não citou nomes.
"No meio de uma situação delicada que o Brasil inteiro está acompanhando, recebemos uma determinação judicial para transferir de uma penitenciária federal para o Rio de Janeiro, um líder de facção do estado. Todos precisam cooperar no enfrentamento ao crime organizado", disse Cappelli na rede social X, no último dia 24.
O MPRJ argumentou no recurso que “Rogério 157” está preso na penitenciária federal em razão de seu papel na cúpula da facção criminosa na comunidade da Rocinha. Ele foi condenado a 32 anos de prisão pelos crimes de associação para o tráfico de drogas, tráfico e corrupção ativa, em 2018, pela 40ª Vara Criminal do Rio.
Nesta noite, o governador do Rio, Cláudio Castro (PL), comemorou a decisão que atendeu ao pedido do MP do estado. “O Rio de Janeiro conquistou hoje uma vitória importante com a decisão da Justiça de atender aos nossos apelos para impedir o retorno de um traficante perigoso ao sistema penitenciário fluminense. A decisão segue os alertas apontados pelos relatórios de inteligência das Forças de Segurança do Rio de Janeiro sobre os riscos da volta desse criminoso ao nosso estado”, afirmou na rede social X.
“Foi de extrema importância a atuação do Ministério Público Estadual, que recorreu ao Judiciário para garantir essa medida e assegurar a ordem pública. Parceria e integração. Juntos vamos vencer essa guerra contra o crime!”, acrescentou o governador. Nesta semana, o governo do Rio de Janeiro informou que se preparava para recorrer das decisões do Tribunal de Justiça que autorizaram a transferência de dois chefes do tráfico de drogas de penitenciárias federais para presídios do estado.
A volta de “Rogério 157” foi evitada, mas Luiz Cláudio Machado, o Marreta, deixou o presídio federal de Catanduva, no Paraná, e voltou para Bangu 1, no Rio, no último dia 21. Marreta é um dos chefes do CV e foi responsável por ordenar ataques às sedes da Unidade de Polícia Pacificadora (UPPs).
Nesta semana, o Rio enfrentou dias de violência e caos quando 35 ônibus e um trem foram queimados, além de carros e pneus, que fecharam diversas vias na Zona Oeste. A ação dos criminosos foi motivada pela morte do sobrinho de um miliciano. Além disso, neste mês, as forças de segurança do Rio deram início à Operação Maré em diversas comunidades para combater a criminalidade na região.