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Atentado em 2018

Justiça determina transferência de Adélio Bispo, autor de facada em Bolsonaro, para tratamento em MG

STJ mantém Adélio Bispo em presídio federal
Adélio Bispo, autor da facada contra o então candidato à Presidência Jair Bolsonaro, durante depoimento em 2018. (Foto: Reprodução.)

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A 5ª Vara Federal em Campo Grande determinou que Adélio Bispo, autor do atentado a faca contra o então candidato à Presidência Jair Bolsonaro, retorne a Minas Gerais, seu estado natal e local de origem do processo. O crime contra Bolsonaro ocorreu em 6 de setembro de 2018 durante um ato de campanha em Juiz de Fora (MG). Desde então, o ex-presidente já passou por diversas cirurgias para tratar sequelas da facada.

Adélio cumpre medida de segurança no Presídio Federal de Campo Grande (MS) há seis anos. O juiz federal Luiz Augusto Iamassaki Fiorentini acatou um pedido de transferência apresentado pela Defensoria Pública da União (DPU), que faz a assistência jurídica de Adélio desde 2019. A DPU argumentou que ele não poderia continuar recolhido na unidade prisional, mesmo que a instituição tenha estrutura médica disponível, caso do presídio em Campo Grande.

A defesa ressaltou ainda que Adélio não pode ser enviado para um manicômio judicial. “A DPU destaca que, desde o advento da Lei nº 10.216/2001, conhecida como Lei Antimanicomial, é vedada a internação de pessoas com transtornos mentais em estabelecimentos penais ou em instituições com características asilares desprovidas de assistência integral às pessoas nessas condições”, disse o órgão, em nota.

A nova determinação judicial, assinada nesta quarta-feira (21), estabelece que o juízo de origem, em Minas Gerais, deverá providenciar tratamento ambulatorial ou, excepcionalmente, a internação, considerando todas as medidas de segurança necessárias, de forma a garantir a integridade psíquica e física de Adélio Bispo. A Justiça deu prazo de 60 dias para a transferência.

Justiça considerou Adélio inimputável

Em 2019, Adélio Bispo diagnosticado com transtorno delirante persistente paranóide e considerado inimputável. Segundo a sentença, a doença o impedia de entender que estava cometendo um crime e, com isso, determinar, por sua própria vontade, uma conduta oposta. Na ocasião, o juiz determinou que Adélio deveria ficar internado por tempo indeterminado, mas ordenou que ele deveria ser reavaliado em três anos.

A perícia realizada em agosto de 2022 apontou que o autor da facada contra Bolsonaro ainda representa perigo para a sociedade. "Permanece com diagnóstico clínico de transtorno delirante persistente, com alucinações de cunho religioso, persecutório e político que se manifestam frequentemente", dizia o documento divulgado à época.

O laudo apontava também que Adélio deveria cumprir a medida de segurança determinada pela Justiça em um hospital psiquiátrico de custódia por se recusar a receber tratamento no presídio, fator que agrava a situação.

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